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Braskem pode vender mais ativos após operação com Odebrecht

Companhia divulgou lucro líquido de R$ 275 milhões, revertendo prejuízo de 2011, mas pretende se desfazer de ativos não estratégicos de tratamento de afluentes e de logística

A petroquímica Braskem está considerando a venda de ativos não estratégicos para elevar sua geração de caixa, em um ano em que espera crescimento na demanda por resinas acima do apurado em 2012.

A possibilidade de novos acordos acontece depois de a companhia concluir, no fim do ano passado, a venda de ativos no polo petroquímico de Camaçari (BA) por R$ 652 milhões à Odebrecht Ambiental. A venda dos ativos foi concluída em meio a um cenário desafiador da indústria global, que levou a uma retração na rentabilidade do setor petroquímico .

“Consideramos vender outros ativos, e os critérios são três: ativos não estratégicos, com ganho econômico e geração de caixa”, disse o presidente da Braskem, Carlos Fadigas. Mais cedo, a companhia divulgou lucro líquido de R$ 275 milhões, revertendo prejuízo sofrido um ano antes.

A Braskem ainda possui ativos não estratégicos de tratamento de afluentes e de logística, que podem vir a ser vendidos, segundo executivo. Em dezembro, além das unidades no pólo de Camaçari, a Braskem vendeu mais de 1.400 vagões para uma série de investidores nos Estados Unidos, por R$ 83 milhões.

No front internacional, a companhia não pretende elevar sua participação no projeto petroquímico Etileno XXI, em construção no Estado mexicano de Veracruz, em parceria com o grupo Idesa, do México. A Braskem aumentou sua fatia para 75 % no projeto no ano passado.

“Para a Braskem foi muito positivo (aumentar a participação), o projeto é muito competitivo. Não são esperadas adições de participação além dos 75% “, disse Fadigas.

EXPECTATIVAS PARA 2013

O executivo afirmou que a companhia espera uma alta de cerca de 4 %na demanda brasileira de resinas em 2013, após um crescimento de 2 %em 2012, diante das perspectivas de aceleração da economia do país em relação ao ano passado.

“Na nossa ponta, fornecendo ao setor, esperamos que o setor consuma mais plástico. Esperamos que consuma 4 %a mais, motivado por dois fatores, um é o fim da guerra dos portos e outro é que a economia brasileira vai crescer mais”, ressaltou.

A Braskem fechou 2012 com participação de 70 % no mercado brasileiro de resinas. Fadigas comentou que a empresa pretende continuar elevando essa fatia. “Queremos evoluir mais alguns pontos percentuais. Nós não temos uma meta numérica”, afirmou o executivo, sem dar mais detalhes.

Ainda considerando o cenário para 2013, o presidente da Braskem afirmou que espera obter uma economia de R$ 80 milhões a R$ 100 milhões em custos com energia, após o plano do governo de reduzir as tarifas de eletricidade.

Fadigas, entretanto afirmou que cortes no fornecimento de energia no Brasil são uma preocupação para a empresa. “Não estou falando de racionamento, mas de interrupções temporárias de uma ou duas horas que afetam o setor petroquímico”, disse, citando que uma queda de energia na Bahia em outubro fez com que a unidade da empresa no Estado operasse abaixo da capacidade.

COMPERJ

Perguntado sobre o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), Fadigas afirmou pode exigir investimentos de mais de US$ 5 bilhões, ressaltando que o valor ainda não está definido.

“Não temos um número (de investimentos) definitivo para esse projeto… Eu diria que é seguramente um projeto de mais de US$ 5 bilhões. O número final vai depender de uma série de detalhamentos e pode ser um número maior que esse”, disse.

O executivo comentou ainda que a Braskem pode ter parcerias no projeto. “Nesse momento o projeto é 100 % da Braskem, o que não descarta a gente discutir uma associação com Petrobras ou BNDES, por exemplo”, destacou sem dar mais detalhes.

Fonte: ig

 

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