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Desaceleração afeta mais as regiões industriais do País

Levantamento com as 13 maiores regiões metropolitanas do Brasil mostra que São Paulo sofre mais do que Brasília

As regiões metropolitanas brasileiras mais industrializadas estão sofrendo mais intensamente os efeitos da desaceleração da economia em 2011 e neste ano. É o que mostra um levantamento realizado pela Brookings Institution, uma entidade sem fins lucrativos com sede em Washington cuja missão é a realização de pesquisas independentes.

O trabalho será apresentado hoje durante um evento em São Paulo. O Global Cities Initiative é fruto de uma parceria entre a própria Brookings Institution e o banco JP Morgan Chase, um dos maiores do mundo. O objetivo é fomentar a troca de informações entre as 300 principais regiões metropolitanas do planeta, distribuídas em 55 países.

“As cidades podem se ajudar, discutindo os desafios e trocando experiências de soluções bem sucedidas”, afirmou o chefe da área de setor público do JP Morgan no Brasil, Aod Cunha, que também foi secretário de Fazenda do Rio Grande do Sul.

O levantamento apresenta uma série de dados sobre as regiões metropolitanas. No caso brasileiro, foram selecionadas 13: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, Campinas, Salvador, Recife, Grande Vitória, Fortaleza, Manaus e Baixada Santista.

Embora São Paulo lidere em termos de tamanho de economia e de população (é a 13.ª maior região do mundo), ocupa a penúltima colocação quando o critério é o chamado Índice de Desempenho Econômico – que combina crescimento do emprego e variação do Produto Interno Bruto (PIB) per capita das regiões analisadas.

Ainda de acordo com esse critério, a região brasileira mais bem posicionada é Brasília, no 66.º lugar.

“Creio que é justo especular que São Paulo tem sofrido mais do que Brasília porque indústrias manufatureiras e de logística têm sido mais atingidas pela desaceleração da economia do que uma região como a capital federal, que tem foco em serviços públicos”, disse Alan Berube, vice-diretor da Brookings e um dos responsáveis pelo estudo.

Ele acrescenta que alguns dos dados utilizados de 2012 para o levantamento têm como base projeções elaboradas pela Oxford Economics para alguns dos principais indicadores do País.

Liderança e lanterna. Em 2011 e 2012, a economia brasileira apresenta um desempenho abaixo do esperado pelo governo e por analistas independentes. No ano passado, o PIB cresceu 2,7% . Neste ano, segundo projeções de mercado, a expansão não deve passar de 1,8%.

Hoje, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulga o PIB do terceiro trimestre, que deve consolidar a percepção de que o avanço será inferior a 2%.

O desempenho fraco resulta, principalmente, do comportamento da indústria, que sofre com a competição dos produtos importados e não consegue ganhar mercados no exterior.

As 13 regiões metropolitanas avaliadas pela Brookings têm, juntas, 35% da população brasileira e 56% do PIB. A especialização das 13 varia. São Paulo, por exemplo, é destacada pelos serviços financeiros, enquanto o Rio de Janeiro pela mineração.

Manaus e Campinas têm como carro-chefe a indústria de transformação, ao passo que Porto Alegre e Curitiba se destacam por transportes, armazenagem e serviços postais.

Depois de Brasília, o ranking de desempenho econômico das principais regiões metropolitanas do Brasil tem Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Abaixo de São Paulo ficou apenas Campinas, cuja economia é calcada na indústria.

O Global Cities Initiative começou na quarta-feira e termina hoje. Um dos destaques do evento é o ex-prefeito de Chicago, Richard M. Daley. Ele também é o coordenador dos trabalhos.

Fonte: O Estado de São Paulo

 

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