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Indústria da transformação tem maior participação no PIB: 55,4% em 2020

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De acordo pesquisa divulgada em matéria publicada hoje (06/07) no jornal Valor Econômico, a pandemia está ampliando a participação da indústria de transformação na economia brasileira em 2021. Menos sujeito aos efeitos das restrições impostas pelo combate à covid-19, esse segmento tem elevado sua participação no Produto Interno Bruto (PIB).

A transformação é de longe a atividade com maior participação dentro da indústria total: 55,4% em 2020, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No sentido inverso, o setor de serviços, por natureza mais dependente da normalização das atividades sociais, perde espaço. A revitalização fabril interrompe, ao menos momentaneamente, o processo de desindustrialização da economia tanto no âmbito nacional quanto no regional.

Pesquisador sênior do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre), Samuel Pessôa calcula que, no segundo trimestre de 2020, a fatia da indústria de transformação no valor adicionado do PIB era de 9,7%, conforme indica a média móvel trimestral do indicador. Essa parcela subiu para 10% no primeiro trimestre deste ano.

Valor adicionado é o que é incorporado aos bens e serviços à medida em que são transformados durante as etapas do processo produtivo. Pessôa afirma que a mesma tendência foi observada no dado trimestral (sem média móvel), que é mais volátil. Nesse caso, a fatia da indústria de transformação no valor adicionado do PIB avançou de 9,9%, no quarto trimestre de 2019, para 10,3% nos primeiros três meses deste ano.

“A indústria reagiu forte à pandemia. Nós não sabemos até quando vai durar”, diz Pessôa. “A indústria opera hoje, a indústria no mundo todo, em níveis significativamente maiores do que operava no quarto trimestre de 2019.”

Também pesquisadora do Ibre, da Fundação Getulio Vargas, Juliana Trece explica que o comportamento da indústria de transformação no país guarda forte correlação com o da indústria em geral. Ambas as atividades apresentaram trajetórias muito similares nas últimas décadas.

Volume da produção em SP aumentou 16,4%

Em São Paulo, por exemplo, a pesquisadora calcula que o volume da produção da indústria da transformação tenha aumentado 16,4% no período, contra um avanço de 4,1% dos serviços. No escopo nacional, a distância foi menor: +12,1% (transformação) contra +3,7% (serviços), projeta Juliana.

Indústria chega ao mesmo patamar do cenário pré-pandemia

Os dados mais recentes divulgados pelo IBGE sobre o desempenho do setor atestam que, em maio de 2021, a produção industrial nacional avançou 1,4% em relação a abril na série com ajuste sazonal, interrompendo três meses consecutivos de queda, quando acumulou perda de 4,7%. Com o resultado de maio, a indústria chega ao mesmo patamar de fevereiro de 2020, no cenário pré-pandemia.

Num horizonte de tempo mais amplo, porém, é visível a retração da indústria. Entre 2002 e 2018, a participação da indústria de transformação no PIB brasileiro encolheu 1,8 ponto percentual, segundo dados do Sistema de Contas Regionais, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.  Embora essas informações só estejam disponíveis até 2018, Juliana Trece estima que para o período de 2002 a 2020 o recuo foi ainda maior: -2,6 pontos percentuais, devido aos efeitos iniciais da crise sanitária.

Alerta para o risco da desindustrialização

Com o acréscimo dos dados de janeiro a abril deste ano, a perda de participação fica menos intensa (-1,9 ponto percentual entre 2002 e 2021). “Isso não quer dizer que o processo [de desindustrialização] parou. É uma questão pontual. Não é possível determinar o que vai acontecer porque a pandemia não acabou”, ressalta a pesquisadora.

Diretor da seção de Ribeirão Preto do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) e empresário da indústria de borracha, Guilherme Feitosa destaca que o fenômeno da desindustrialização não é novo no Brasil. E vem ocorrendo de forma mais incisiva desde abertura comercial promovida pelo governo Fernando Collor nos anos 1990.

O que aconteceu na pandemia foi uma reorganização da cadeia produtiva mundial”, sustenta ele. Em meio à crise na economia global causada pelo avanço da covid-19, segmentos específicos da economia foram mais demandados – como a indústria extrativa de commodities, com maior procura por grãos, por exemplo, acrescenta Feitosa. Issso, na prática, eleva parcela de indústria extrativa em detrimento da indústria da transformação, argumenta o diretor.

FONTE: Valor Econômico

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