29 de junho de 2012
Objetivo é salvar empregos e impulsionar o crescimento na região. Encontro em Bruxelas também discute plano de unificação econômica até o fim de 2012
A reunião de líderes da União Europeia (UE) já tem seu primeiro resultado concreto. Ontem, após o fechamento dos mercados, o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, anunciou que o grupo chegou a um acordo sobre a mobilização de 120 bilhões de euros em medidas pró-crescimento e emprego na região. A cúpula do bloco continental ocorre em Bruxelas e será encerrada hoje.
“O acordo a que chegamos é um planejamento para crescimento e para o mercado de trabalho”, afirmou Van Rompuy. “O principal elemento consiste na mobilização de 120 bilhões de euros para medidas de crescimento imediato.”
O valor é equivalente a 1% da riqueza nacional bruta dos países europeus, e vem de planos econômicos anteriores, não podendo ser considerado um financiamento novo. O montante é inferior aos 130 bilhões de euros pedidos por Espanha, Itália, França e Alemanha em reunião realizada na semana passada, e deve partir do BEI (Banco Europeu de Investimentos), do FEI (Fundo Europeu de Investimento) e da criação de “project-bonds” — dívidas atreladas à criação de projetos de infraestrutura. O primeiro passo deve ser a emissão de 4,5 bilhões de euros em project-bonds ainda este ano, que financiarão setores como transporte, energia e internet no continente.
O acordo encontrou resistência da Itália e da Espanha, que condicionam sua adesão à aprovação, pela Alemanha, de medidas de curto prazo para aliviar o caos financeiros vivido por ambos. As discussões continuam hoje e, tanto a Comissão Europeia, presidida por José Manuel Barroso, quanto o presidente francês, François Hollande, manifestaram otimismo sobre um amplo acordo na cúpula.
Dívida conjunta
Os líderes da UE pedirão às quatro maiores autoridades do bloco para aprofundar os pilares de uma genuína união econômica e monetária, como mostra o esboço das conclusões da cúpula do grupo continental. Os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, além do presidente do Eurogroup, Jean-Claude Juncker, e do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, prepararam um relatório sobre como completar a união econômica, que levaria à emissão de dívida conjunta.
O relatório Para uma união econômica e monetária genuína estabelece os quatro pilares essenciais para o futuro da União Econômica e Monetária: um quadro de integração financeira, orçamento integrado, política econômica integrada e legitimidade e responsabilidade democráticas reforçadas.Os líderes esperam um relatório provisório em outubro e um relatório final antes do final do ano.
Privatizações na Grécia
O primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, se comprometeu a acelerar as reformas pedidas por seus credores, dando prioridade às privatizações, em uma carta entregue ontem aos líderes reunidos em Bruxelas. “Acelerarei a aplicação do programa, pondo o enfoque devido à agenda de privatizações”, promete Samaras. Em troca, o primeiro-ministro pede uma série de modificações no programa de ajuda, para controlar o desemprego sem precedente na Grécia e a devastadora recessão que o país sofre há cinco anos consecutivos.
Fonte: Correio Braziliense