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Setor de embalagens prevê desaceleração no 2º semestre

Após registrar crescimento de 2,66% na produção física no primeiro semestre de 2013, a indústria brasileira de embalagens prevê avanço menor de julho a dezembro, de 1%, na comparação com igual período do ano anterior. O enfraquecimento deve acompanhar a trajetória do setor de bens de consumo não duráveis (alimentos, bebidas, produtos de higiene e limpeza), maior comprador do insumo, que espera desaceleração nos negócios na segunda metade do ano. Assim, a indústria de embalagens projeta fechar 2013 em alta de 2%.

Em faturamento, o crescimento anual será maior. Os fabricantes de embalagens devem obter receitas de R$ 50,4 bilhões, num avanço de 7,9% sobre os R$ 46,7 bilhões gerados em 2012. “A disparidade entre volume e valor se deve à elevação de preços, que reflete a inflação”, explicou o coordenador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros, em evento da Associação Brasileira de Embalagem (Abre), realizado ontem.

O primeiro semestre do ano foi marcado por um desempenho irregular do setor: nos primeiros três meses, o crescimento foi de 4,8%, sucedido por taxa de apenas 0,6% no trimestre seguinte. “A indústria da embalagem começou o ano acelerando, talvez acima da demanda do mercado. No segundo trimestre, portanto, deve ter havido um período de ajuste de estoques”, acredita Quadros.

Apesar da queda abrupta do patamar de crescimento, o economista descarta recuo na segunda metade do ano. “Sondagem do mês de julho mostra que a indústria da embalagem avalia que seus estoques agora estão baixos, então podemos esperar alta na produção no terceiro trimestre, para recomposição. Com isso ajustado, deve haver nova desaceleração no último quarto do ano”, projeta o especialista.

A trajetória do setor de bens de consumo semi e não duráveis corrobora a perspectiva de que a indústria de embalagens não deve deixar de crescer. Após um primeiro trimestre de queda de 3,6% na produção nessa categoria, o período de abril a junho registrou elevação de 2,5% mas, na sondagem de julho, este ramo da indústria projeta avanço mais moderado nos seis meses finais do ano. “Embalagens e bens de consumo tiveram trajetórias opostas no primeiro semestre e agora podem se encontrar”, acredita.

A situação do emprego na indústria de embalagens também embasa a perspectiva de crescimento. Nos 12 meses até junho de 2013, houve recuperação de 4,1 mil postos de trabalho no setor, ante queda de quase 800 empregos nos 12 meses um ano antes.

Por outro lado, contribui para a moderação no avanço do segundo semestre o fato de a base de comparação de igual período de 2012 ser mais forte do que no primeiro semestre. Em 2012, o setor teve queda de produção de 2% nos primeiros seis meses do ano, recuperada parcialmente num crescimento de 1,6% de julho a dezembro. O ano inteiro fechou em queda de 1,19% na produção.

Assim, o crescimento de 2% para 2013 recupera a retração de 2012. Fica, porém, abaixo das perspectivas da FGV para PIB e indústria, de avanço de 2,3% e 2,6%. Esses índices estão sob viés de baixa e podem ser reduzidos.

Efeitos da macroeconomia

O coordenador da FGV comentou as expectativas de efeitos das variações macroeconômicas sobre o setor. A perda de confiança de empresários e consumidores, reflexo do que Quadros classificou como “a maneira errática com que o governo tem conduzido a economia”, tende a ser um freio para o crescimento industrial. Também a tendência de elevação da Selic, taxa básica de juros da economia brasileira, deve restringir o acesso ao crédito e a realização de investimentos.

O novo patamar cambial, embora provoque efeitos negativos no curto prazo, afetando por exemplo a dívida de empresas com obrigações em dólar, deve favorecer os fabricantes de embalagens num horizonte mais longo. O incentivo às exportações e redução das importações dão melhor perspectiva ao setor, apesar do enfraquecimento da demanda. “A alta do dólar será gradualmente repassada aos preços. Isso pode gerar inflação ou perda de margens na cadeia”, disse.

Fonte: Jornal DCI

 

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