06 de julho de 2012
Uma decisão da juíza Cynthia Torres Cristófaro, da 1ª Vara Cível de São Paulo, na segunda-feira, dia 25, determinou que os supermercados voltem a oferecer as sacolinhas plásticas gratuitamente aos consumidores. Os estabelecimentos locais retomaram a distribuição na quarta-feira, quando venceu o prazo para a providência.
O chefe do Cedecon (Central de Defesa do Consumidor), Sidney Antonio Ferreira, explicou que, embora a decisão tenha sido tomada na capital, a obrigatoriedade é válida para todas as redes que integram a Apas (Associação Paulista de Supermercados), inclusive no interior.
A juíza entendeu que o consumidor tem o direito de receber as sacolas gratuitamente, uma vez que a embalagem de transporte integra o custo operacional da atividade de varejo.
Ferreira explicou que a decisão fixa o prazo de 30 dias para que os estabelecimentos passem a fornecer embalagens de material biodegradável também gratuitamente. A Apas prometeentrar com recurso contra a decisão.
As três lojas da rede Lavapés retomaram a distribuição na quarta-feira, segundo o gerente José Carlos Marques de Camargo. “Seguimos a orientação da Apas para evitar transtornos. Estamos distribuindo sacolas personalizadas que estavam em estoque e já providenciamos a encomenda de sacolas sem logotipo como medida emergencial”, explicou.
Segundo Camargo, o Lavapés manterá a campanha para a substituição das sacolas descartáveis por reutilizáveis. “As atendentes continuam questionando se o cliente trouxe a sacola descartável de casa. Boa parte ainda traz a sacola e faz questão de manter. Isso mostra que a campanha já teve um resultado de conscientização”, disse.
Os supermercados Carrefour Bairro, Silvestre e Horticenter também retomaram a distribuição das sacolinhas. No Horticenter, uma funcionária informou que o estabelecimento também segue orientação da Apas e frisou que muitos consumidores mantiveram o hábito de trazer a sacola reutilizável. O gerente do estabelecimento não foi encontrado para comentar a decisão.
COMEMORA
Grande parte dos consumidores comemorou o retorno das sacolinhas. A dona de casa Elisete Cristina Francisco defende que a falta das sacolinhas levou o consumidor a recorrer aos sacos plásticos, mais resistentes, o que anula o propósito ambiental da questão.
A professora aposentada Neusa Festa Secchi foi pega de surpresa com a decisão e, apesar de portar uma sacola reutilizável, fez questão de acomodar as compras nas sacolinhas plásticas. “Defendo a substituição do plástico pelas embalagens de papelão, mas não acho que a questão ambiental se resolva com a retirada das sacolinhas, uma vez que todas as outras embalagens utilizam o plástico. Não vou deixar de usar, até porque elas servem como saco de lixo”, disse a professora.
Ivana Correia Camargo acredita que é uma questão de adaptação do consumidor. “Sou a favor que os estabelecimentos forneçam uma embalagem ao consumidor, desde que seja de mínimo impacto ao meio ambiente, com as oxi-biodegradáveis”.
Há ainda os clientes que preferiram o meio termo, como a professora Maria Elizabeth Ubeda. “Vou continuar usando a sacola retornável, mas acho necessária a sacolinha plástica para acomodar determinados produtos, como carne”.
Fonte: Portal A Comarca