15 de junho de 2012
O novo plano de negócios da Petrobras para o período de 2012 a 2016 foi influenciado pela necessidade do governo de acelerar investimentos a curto prazo. Com base nessa lógica, foi dada prioridade a projetos de exploração e produção (E&P), cujo desembolso ocorre de maneira mais ágil, em detrimento de investimentos em algumas refinarias que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como Premium I, no Maranhão, e Premium II, no Ceará. A conclusão destas e o início de suas operações, previsto para 2016, podem atrasar. Procurados, Petrobras e governo informaram que não se manifestarão sobre essa possibilidade até o dia 25, quando a estatal falará sobre o Plano de Negócios.
A decisão de dar prioridade a investimentos em exploração e produção (E&P) de petróleo tem a digital da presidente da empresa, Maria das Graças Foster, com o aval de Dilma Rousseff. Foi Graça que defendeu parcela maior de investimentos em E&P na reunião do Conselho de Administração da estatal que aprovou o plano de negócios, na quarta-feira, em Brasília. Além de terem ritmo de desembolso mais ágil, os investimentos em E&P também trazem mais retorno à companhia que as refinarias.
Pelo comunicado divulgado ontem, a parcela total dos investimentos destinada à categoria “refino, transporte e comercialização” (onde estão as refinarias) caiu de 31% do total no plano 2011/2015 para 27,7% no atual. Em valor, esses investimentos caíram de US$ 70,6 bilhões para US$ 65,5 bilhões. Já a parcela destinada a E&P subiu de 57% para 60%.
A Petrobras só assegurou que as refinarias Abreu e Lima e Comperj entrarão em operação até 2016. As metas de capacidade de refino até 2020, porém, permanecem inalteradas. Investir em refino foi uma das bandeiras do governo Lula no lançamento do pré-sal, em 2009. E, depois de eleita, Dilma afirmou que as refinarias Premium I e II eram cruciais para a exploração do pré-sal, “porque não podemos ser exportadores de óleo bruto”.
Fonte: O Globo