28 de outubro de 2014
A indústria Tecno-Recycling, filiada ao Simpep, conquista certificação nacional e está entre as quatro únicas empresas do Brasil a obter o Selo Senaplas – certificação da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast) – que visa identificar e valorizar as empresas recicladoras no país.
São elegíveis ao selo as produtoras de matéria-prima reciclada, que comercializam resinas recuperadas, produtos transformados pelos recicladores e que trabalham dentro dos critérios socioambientais e econômicos exigidos pela Lei nº 12.305/10, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Todo o processo de verificação é realizado pelos sindicatos estaduais e a certificação é oferecida pela Abiplast, com vigência de 24 meses.
“Além de garantir a qualidade do nosso produto, o selo assegura aos nossos clientes que a Tecno-Recycling presa pelo cumprimento da legislação e contribui, de forma significativa, para o fortalecimento e a formalização do setor de reciclagem no País”, destaca o diretor da empresa, Thomas Hoffrichter.
Com sede em Campina Grande do Sul, a Tecno-Recycling presta serviço de mão de obra de reciclagem, extrusão de filmes, venda de granulados e produtos próprios, efetuando também a moagem e descaracterização de peças.
“Desenvolvemos parcerias com empresas onde mutuamente somos clientes e fornecedores, efetuando a compra das aparas plásticas resultante do seu processo produtivo, reciclando e transformando em novos produtos, os quais retornam às empresas originais, auxiliando na sustentabilidade e no cumprimento da legislação da PNRS”, destaca Hoffrichter.
Segundo ele, o setor de plástico, infelizmente, ainda é visto por boa parte da população como responsável por diversos tipos de poluição e formação do lixo urbano.
Para Thomas Hoffrichter é importante destacar que:
CONQUISTAS PRECISAM SER DIVULGADAS
“Uma grande conquista, que deve ser incentivada e divulgada à população, é que hoje é possível utilizar e reciclar 100% do plástico, sem necessariamente poluir o meio ambiente”.
A FORMALIZAÇÃO GERA REGRAS DE MERCADO
“A certificação incentiva a formalização das empresas de reciclagem, diminuindo assim a concorrência desleal, uma vez que as empresas transformadoras só conseguem incentivos fiscais se comprovarem a aquisição de materiais reciclados, em cumprimento da legislação ambiental”.
PRECISAMOS INVESTIR EM VISIBILIDADE E CONSCIENTIZAÇÃO DE PÚBLICO
“Acredito que a divulgação na mídia contribui também para a conscientização da população em relação ao uso e ao descarte responsável. O cidadão torna-se parte da solução para o problema do lixo, gerando volume e viabilizando a formalização de catadores, organizados em cooperativas, trazendo gestão para resíduos sólidos urbanos, gerando renda e qualidade dos materiais separados do lixo, possibilitando assim, o processo de reciclagem e dando mais valor ao produto reciclado”.
UM PASSIVO AMBIENTAL PODE SER TRANSFORMADO EM ATIVO ECONÔMICO
“Devemos lembrar que todos os produtos já encerraram o seu ciclo de vida econômico, já pagaram todos os impostos de sua cadeia produtiva e se tornaram um passivo ambiental indesejável. Os recicladores compram esse ‘lixo’ transformando – o em ativo econômico – geram empregos, renda e desoneram o Estado, diminuindo as despesas com transporte e destinação desses resíduos”, enfatiza.
PRECISAMOS LUTAR PELA REDUÇÃO DE TAXAS
“Em contra partida, os recicladores possuem três grandes custos no seu processo de produção: energia, mão de obra e impostos. Somados representam em torno de 65% dos custos. Custos esses que não podem ser flexibilizados. Quando vendem o seu produto reciclado são tributados da mesma forma que os demais transformadores, ou seja, todos os impostos são pagos mais de uma vez. Isso dá uma margem de manobra muito pequena ao reciclador para trabalhar o seu custo. Gera a necessidade de grandes volumes de produção para tornar viável a reciclagem. Também assumem a responsabilidade civil e criminal sobre o “lixo” comprado, que antes estava disposto no meio ambiente e era de responsabilidade do Estado.”
INCENTIVOS GOVERNAMENTAIS SÃO NECESSÁRIOS
“O setor de reciclagem ainda carece de incentivos governamentais como linhas de créditos e financiamento, além de corrigir distorções tributárias que inibem os investimentos. Há necessidade de gerar a autossuficiência e independência financeira das cooperativas de catadores.”