12 de julho de 2013
Censo realizado pela Abipet mostra que, mesmo sem sistema de coleta seletiva, o Brasil deu destinação correta a 331 mil toneladas do produto em 2012
A reciclagem de embalagens de PET no Brasil deu um salto em 2012 e cresceu 12,6% em volume, ao passar das 294 mil toneladas que tiveram destinação adequada em 2011, para 331 mil toneladas no ano passado. Com esse resultado, o País atingiu um índice de reciclagem de 59%, mantendo seu excelente posicionamento como um dos maiores recicladores de PET do mundo – superando os Estados Unidos e até mesmo a média registrada na Europa.
Os números do 9.º Censo da Reciclagem do PET no Brasil foram divulgados nesta quarta-feira pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), durante o PETtalk 2013 – Conferência Internacional da Indústria do PET , realizado em São Paulo.
“Os números demonstram que existe uma demanda muito forte pelo PET reciclado, criada por um trabalho do próprio setor, que investe continuamente em inovação e novas aplicações para o material reciclado. Esse trabalho criou um ciclo virtuoso. Todo PET coletado tem destinação adequada garantida por uma indústria forte, diversificada e ávida por essa matéria-prima”, afirma Auri Marçon, presidente da Abipet.
O setor têxtil continua sendo o principal consumidor do PET reciclado, com 38,2% de participação, seguido das resinas insaturadas e alquídicas, com 23,9%. Outras embalagens (alimentos e não-alimentos) consomem 18,3% do volume reciclado. Laminados e chapas (6,4%), fitas de arquear (5,5%) e tubos (1,5%) são os outros principais mercados. Os 6,1% restantes ainda abastecem uma lista ampla de pequenas aplicações.
Coleta seletiva continua sendo o desafio
O presidente da Abipet, no entanto, chama a atenção para a necessidade de suprir essa demanda aquecida, sob pena de impacto no preço do produto coletado e consequente comprometimento da sustentabilidade do negócio. “O Brasil precisa investir em coleta seletiva, para que a indústria não seja prejudicada. Em muitos períodos do ano, as empresas recicladoras continuam com ociosidade que chega a 30% de sua produção, porque não encontram embalagem pós-consumo para reciclar”, alerta Marçon.
A solução aponta o executivo, é estimular as prefeituras a implantar, o mais rápido possível, a coleta seletiva e a separação das embalagens recicláveis, de forma a aumentar a recuperação do material descartado pela sociedade. “Isso, na verdade, é o que prega a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que exige responsabilidade compartilhada entre a sociedade civil, o setor privado e também do poder público. A indústria do PET investiu fortemente em reciclagem e hoje esses recicladores passam por um momento difícil, por não terem coleta suficiente para abastecer suas fábricas”, conclui o presidente da Abipet.
Fonte: Abipet