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Queda na produção aponta para ‘frenazo’ da economia argentina

A economia argentina já evidencia uma freada brusca, ou “frenazo”, como se diz no país, segundo dados de fontes independentes que mediram a atividade nos primeiros quatro meses do ano. O ritmo do PIB do país, que sustentou uma taxa de crescimento de 7% em 2011 (ou 9%, segundo dados oficiais), poderá ficar entre zero e 2% em 2012, ante as previsões feitas em novembro que arriscavam até 5% de expansão.

A Argentina desacelerou por dois fatores: o desaquecimento do mercado brasileiro, que diminuiu a demanda por produtos industrializados argentinos, e as barreiras ao câmbio e às importações que se intensificaram entre novembro e fevereiro. Esta última variável é a que está agindo com mais força. Há uma escassez de insumos para a indústria.

“Se descontarmos as importações de energia, a situação no primeiro quadrimestre projeta uma queda de 10% nas compras de bens acabados, matérias-primas e bens intermediários. Caso o governo não flexibilize o regime, a produção irá se deprimir até uma variação zero do PIB em 2012”, disse Jorge Vasconcellos, vice-presidente do Ieral, um instituto de pesquisas da Fundação Mediterrânea, organização mantida por cerca de 400 indústrias em Córdoba, principal polo automotivo do país.

Na hipótese de o governo da presidente Cristina Kirchner soltar as rédeas da importação e se contentar com um superávit comercial semelhante ao do ano passado, da ordem de US$ 10 bilhões, o crescimento poderá ir a 2%, segundo Vasconcellos.

“É o cenário mais provável, uma vez que o resultado comercial obtido até agora, projetado para o fim do ano, proporcionaria um saldo de US$ 14 bilhões, o que está acima da necessidade de financiamento do governo. Mas uma recuperação das importações no segundo semestre não compensaria totalmente a desaceleração que ocorreu até agora”, disse.

Segundo uma estimativa do próprio governo argentino, 97% das indústrias do país utilizam insumos importados. No caso da indústria da construção civil, as vendas de materiais como cimento, esquadrias e telhas mostraram recuo nos últimos meses em razão dos controles cambiais.

Quase todas as transações imobiliárias no país são dolarizadas. Como desde 1° de novembro há grande dificuldade de pessoas físicas em adquirirem a moeda pelo câmbio oficial, as transações no setor diminuem.

Em Córdoba, é grande o receio de que a liberalização das importações não seja suficiente para a retomada do ritmo. Ontem, sete indústrias de autopeças ingressaram com um “procedimento preventivo de crise”, uma exigência legal na Argentina para empresas que têm interesse em fazer demissões em massa em razão de dificuldades econômicas. Após o procedimento, as empresas têm 30 dias para tentar uma solução negociada com governos e sindicatos.

“O que nos preocupa é que são sete empresas de segmentos diferentes do mercado, ou seja, não é algo pontual”, disse Ruben Urbano, secretário-adjunto em Córdoba da UOM, o sindicato nacional dos metalúrgicos na Argentina. “A grande razão é que o Brasil não está comprando mais. É parecido com o que aconteceu no fim de 2008. Mas naquela época o governo agiu, dando incentivos”, disse.

Um traço de muitas empresas afetadas é que são fornecedoras da Fiat, que é de todas as montadoras argentinas a que tem a produção mais integrada com o Brasil. Segundo dados da Adefa, a associação patronal do setor no país, enquanto a produção automotiva na Argentina recuou 5,7% no primeiro quadrimestre, na Fiat a queda foi de 31,4%. A montadora justifica a retração alegando a existência de altos estoques no Brasil e a dificuldade de liberar componentes importados para a fabricação do Palio, um dos principais modelos.

De acordo com dados da brasileira Anfavea, por sinal comandada pelo presidente da Fiat para América Latina, o brasileiro Cledorvino Bellini, a produção de automóveis no Brasil caiu 10,1% entre janeiro e abril e os licenciamentos, considerando nacionais e importados, recuaram 3,4%.

Fonte: Valor Econômico

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