18 de maio de 2015
A atividade da indústria brasileira caiu pelo terceiro mês consecutivo e registrou, em abril, o menor nível em 43 meses, com queda dos pedidos, tanto no mercado interno quanto externo. O recuo da produção foi o mais forte desde março de 2009.
Elevar a produtividade sem elevar custos é o principal desafio do setor de transformados que amarga um saldo negativo de 13.663 vagas, entre admissões e demissões, nos últimos 12 meses.
Na indústria do plástico a situação é ainda mais crítica, influenciada pela crise do setor automotivo que impacta e se multiplica por toda a cadeia de fornecedores de autopeças e fabricantes de equipamentos auxiliares, como os implementos rodoviários, incluindo a indústria metalúrgica e mecânica.
Somos um setor que produz praticamente um pouco de tudo, de autopeças e materiais hospitalares a utensílios domésticos. E se o consumo desses produtos diminui a nossa produção também cai.
O momento é de extrema cautela com os negócios, o ajuste fiscal proposto pelo Governo deve elevar a carga tributária brasileira em 0,8 ponto porcentual do Produto Interno Bruto (PIB) este ano.
A alta está apenas começando e o pior ainda esta por vir, pois ao longo deste mandato de quatro anos o Governo prevê o reequilíbrio das contas públicas.
Por ouro lado, contínua a valorização do dólar, os preços das resinas são reajustados semanalmente pelo fornecedor nacional e a previsão para o próximo mês é de uma elevação agressiva.
Outra preocupação, a energia elétrica teve um aumento de 38,9% e com anúncio de novo reajuste para o mês de junho.
Ou seja, não teremos outra solução a não ser o repasse de todos os reajustes recebidos aos nossos clientes e uma criteriosa reformulação de preços de venda.
Inclusive a renegociação de contratos e eficiência de gestão, com foco estratégico de negociações em médio e longo prazos.
Alertamos para o risco de que se essas medidas não forem tomadas a saúde financeira das empresas poderá ser comprometida.
Portanto, toda esta limitação deve dar lugar a uma atuação voltada ao mercado, avaliando onde cada empresa pode melhor se adaptar a um novo cenário de preços, aliando planejamento e uma posição comercial firme, algo fundamental para nossa sobrevivência.
Como entidade de classe, nosso foco neste momento é interagir com diferentes públicos: sociedade, governo, mercado, mídia e demais entidades para alertar sobre a gravidade do cenário atual de nossas indústrias, evitando o esvaziamento e o comprometimento financeiro de nosso setor.
Por fim, reforço que precisamos atuar juntos, como legítimos interlocutores e articuladores na reconstrução de um cenário mais favorável aos interesses e de toda a cadeia do plástico.
Denise Dybas Dias
Presidente do Simpep