11 de julho de 2011
Se tudo der certo, o lixo plástico está perto de ter um fim, ou melhor, um recomeço. A Wastech, empresa baiana especializada em tratamento de resíduos, está criando uma nova companhia, chamada Novaenergia, que atuará na transformação de lixo plástico em petróleo.
A RJCP Equity, empresa de investimento em capital de risco, será sócia minoritária no projeto. A Novaenergia está em fase de captação de recursos e pretende ter a primeira unidade funcionando até o fim de 2012.
O investimento inicial será de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões. No total, o plano da companhia é ter 20 fábricas no país no prazo de cinco anos, o que exigirá investimento total de R$ 540 milhões. Ao fim dos cinco anos, a previsão é de que as 20 unidades tenham uma capacidade anual de produção 224 mil m3 de petróleo leve (com mais de 44 graus API), equivalente a 1,4 milhão de barris.
O petróleo produzido será refinado e vendido em forma de nafta, óleo combustível e diesel. A primeira fábrica ficará em Salvador e será capaz de processar 450 toneladas de lixo por dia, o que equivale a um sexto do total de resíduos gerados hoje diariamente na cidade. Desse montante de lixo, a empresa vai usar somente 36 toneladas de plástico considerados difíceis de reciclar, como sacolas e filmes.
Materiais como PET, PVC e sucata metálica serão vendidos e o lixo orgânico aterrado. Para cada 36 toneladas diárias de lixo plástico que entrarem de um lado da máquina, sairão 30 mil litros de óleo leve do outro.
A tecnologia de transformação de plástico em petróleo foi desenvolvida por uma empresa americana chamada Agilyx, que já faz o processo comercialmente há um ano. Recentemente, a empresa dos EUA recebeu aporte de US$ 22 milhões do fundo Kleiner Perkins Caufield & Byers, que investiu em empresas como Amazon e Google; da Waste Management, uma das maiores empresas americanas de tratamento de resíduos; e também da divisão de capital de risco da petroleira francesa Total.
A Wastech, que trabalha há 27 anos com tratamento de resíduos industriais perigosos, começou há cerca de quatro anos a desenvolver o projeto da Novaenergia. Fonte: Valor Econômico.