17 de agosto de 2012
Cenário:
A bateria de indicadores de atividade positivos conhecida ontem, aliada às medidas de estímulo ao investimento adotadas pelo governo, melhorou a percepção dos analistas em relação à economia doméstica. Além disso, gerou mudanças nas apostas embutidas nas taxas de juros futuros para os próximos passos do Banco Central na condução da política monetária.
Até ontem, estavam considerados um corte de 0,50 ponto porcentual da Selic em agosto, para 7,50% ao ano, além de uma redução de 0,25 ponto no encontro de outubro, com a taxa básica terminando o ano em 7,25%. E, embora a chance de haver uma extensão do ciclo de afrouxamento para outubro não tenha sido apagada, caiu para pouco mais de 50%.
Encabeçando os motivos do avanço generalizado dos juros projetados pelos contratos futuros esteve a alta de 1,5% das vendas do varejo restrito em junho – muito acima das expectativas. No caso do varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, o avanço foi de 6,1%, puxado pelo segmento de automóveis e refletindo as medidas de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para este setor.
Além disso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, formalizou ontem o aumento do limite de endividamento para 17 Estados, no total de R$ 42 bilhões. Ao cenário otimista já dado, somou-se, ainda, outro dado positivo apresentado pelo Ministério do Trabalho: a criação de empregos formais em julho totalizou 142.496 postos, também acima do teto das estimativas. Para ajudar ainda mais no viés altista dos juros, o IGP-10 avançou, pressionado pelos preços das commodities agrícolas.
A Bovespa pegou carona na melhora dos dados domésticos, mas também foi influenciada pela possibilidade aventada no exterior de que a Espanha peça socorro oficial, o que faria o Banco Central Europeu (BCE) voltar ao mercado secundário de bônus soberanos. O Ibovespa subiu 2,16% e encerrou a sessão com 59.445,79 pontos. As ações da Petrobrás tiveram alta de 2,09% a ON e 1,95% a PN, em linha com o comportamento do petróleo no exterior. Na Nymex, o contrato da commodity com vencimento em setembro encerrou o dia com ganho de 1,35%, a US$ 95,60 o barril.
O dólar, refletindo a menor aversão ao risco, caiu 0,15% e fechou em R$ 2,0190 no mercado à vista de balcão. As oscilações, porém, continuam engessadas pela percepção de que BC e governo querem a moeda dos EUA acima de R$ 2,00.
Fonte: O Estado de São Paulo