07 de março de 2016
A Presidente do Simpep, Denise Dybas Dias, deu entrevista à Folha de Londrina, sobre a crise no setor, que foi veiculada na edição de 23/02/2016. O veículo destacou que a queda foi de 8,7% no Brasil e 20% no Paraná; fatores como alta do dólar e aumento da energia elétrica são apontados como responsáveis pela retração. Leia a reportagem na íntegra, abaixo, ou acesse o site www.folhaweb.com.br.
A produção da indústria brasileira de transformados plásticos caiu 8,7% em 2015 na comparação com 2014, para 6,1 milhões de toneladas de artefatos plásticos. “Essa queda foi a pior já enfrentada pelo setor desde a crise iniciada em setembro de 2008, que apresentou sérios reflexos no mercado mundial e brasileiro durante o ano de 2009, período em que a produção do setor recuou 13,3%”, avaliou a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast). No Paraná, quarto maior produtor, o Sindicato da Indústria de Material Plástico (Simpep-PR) estima que a queda tenha sido de 20%.
A Abiplast compara os números com a indústria brasileira de transformação, no qual a queda foi de 9,9%, com fortes recuos em setores demandantes de plástico, como automotivo (-25%), alimentos (-2,4%) bebidas (-5,4%), eletroeletrônicos (-30%) e higiene e perfumaria (-3,8%).
Em contrapartida, as exportações da indústria de plástico subiram 8,8% no ano passado. Mas apesar do direcionamento da produção para o mercado externo favorecer o setor, a Abiplast chama atenção para o aumento dos custos e dos preços das matérias-primas com a valorização do dólar.
De acordo com José Roriz Coelho, presidente da Abiplast, a conjunção de queda nos volumes produzidos, e a baixa expectativa do empresário quanto ao retorno do crescimento econômico resultam em um dos mais dramáticos sinais da crise enfrentada pelo setor: o fechamento de quase 30 mil postos de trabalho. Para 2016, a Abiplast projeta um recuo de 3,5% da produção e 1,3% no emprego. As exportações, por outro lado, devem avançar 12%.
PARANÁ
O Estado do Paraná engloba 940 indústrias de transformação de plástico e reciclagem, segundo dados do Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná (Simpep). Composto principalmente por micros, pequenas e médias empresas, o setor emprega mais de 24,5 mil trabalhadores.
De acordo com a presidente da entidade, Denise Dybas Dias, o setor de transformados plásticos é fornecedor de diversos segmentos como o automotivo, linha branca, construção civil, alimentos e higiene. “No Paraná, percebemos a queda no volume de produção das indústrias em média de 20%. Outro dado alarmante é que até mesmo embalagens para alimentos – que sempre foram o termômetro da demanda – sofreram queda”, afirmou a presidente em nota enviada pela assessoria de imprensa. “O estado já ficou em 2º lugar em volume de produção e agora está na 4ª posição no ranking nacional.” De janeiro a julho do ano passado, cerca de 2.100 funcionários do setor foram demitidos no Paraná.
Luiz Roberto dos Santos, executivo do sindicato, explica que a queda de 20% foi impactada, principalmente, pela queda na demanda das indústrias automobilística e de linha branca, que possui alta produção no Estado. Para Denise, as incertezas políticas e econômicas, o alto custo da energia elétrica e da matéria-prima, bem como os juros elevados para a obtenção de crédito para o investimento e a manutenção das empresas são os principais fatores que têm prejudicado o setor no Estado.
A alta do dólar também influencia nos custos da indústria. “A política comercial da mateira prima do setor é baseada no preço internacional de commodities e do dólar, aumentando os nossos custos de forma inesperada, inviabilizando planejamentos e investimentos e, como a demanda está baixa, dificultando ainda mais o repasse destes custos ao mercado.” Apenas as empresas que exportam estão sendo beneficiados pelo valor alto da moeda, observou a presidente do Simpep. Porém, apenas 2% das empresas paranaenses são exportadoras.(Com Agência Estado)
Crédito : Mie Francine Chiba Reportagem Local