11 de junho de 2013
O mercado de reciclagem de plásticos só cresce no Brasil. A maturidade do setor e a conscientização do consumidor elevaram nosso patamar a níveis europeus nos últimos anos. A média de reciclagem mecânica de plásticos da União Europeia, por exemplo, gira em torno de 24,7%, enquanto no Brasil, a última pesquisa realizada demonstrou um número bem próximo: 22% de todo material plástico pós-consumo foi reciclado.
A pesquisa foi elaborada pela consultoria industrial Maxiquim, sob encomenda da Plastivida – Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos e se refere ao ano de 2011. Para Sílvia Piedrahita Rolim, assessora técnica do instituto, isso é só o começo. “É importante ressaltar que na União Europeia inexistem municípios/cidades que não contam com sistemas de coleta seletiva – condição fundamental para a reciclagem mecânica de plásticos –, o que, no Brasil, é uma realidade que acontece em menos 10% municípios brasileiros”, explica.
Os segmentos que mais consumiram plásticos reciclados no ano passado foram: utilidades domésticas, agropecuária, industrial, têxtil, construção civil e descartáveis. E a especialista explica que no Brasil tem crescido a prática da logística reversa. Nesse modelo, recicladores agem em parceria com empresas que utilizam produtos plásticos, recebendo o resíduo pós-consumo não doméstico para a reciclagem. “A vantagem deste tipo de operação é que o resíduo vai direto do consumidor, no caso institucional, para o reciclador, sem passar por intermediários como catadores, atravessadores ou empresas de triagem. Com isso a rentabilidade do negócio tende a ser melhor”, ressalta.
As recicladoras de plástico formalizadas já são 815 e juntas faturam R$ 2,4 bilhões ao ano. A Região Sudeste foi a que mais reciclou, com 52,4% dos produtos, seguida pelo Sul (34,2%) e Nordeste (8,8%). O Brasil já é o oitavo país do mundo em termos de índice de reciclagem mecânica de plásticos pós-consumo. “A principal diferença entre os primeiros colocados e o Brasil é que na grande maioria dos países da União Europeia se pratica a reciclagem energética, ainda inoperante no Brasil, responsável pela recuperação energética de 33,8% dos resíduos sólidos.”
Já com índices de reciclagem próximo de países como Suécia (34%), Alemanha e Noruega (33%), e com apenas 10% dos municípios brasileiros tendo sistema de coleta seletiva, há um grande espaço para alavancar ainda mais esta indústria. A pesquisa referente ao ano de 2012 está em fase de elaboração, mas se o ritmo do segmento se mantiver, deve mostrar resultados ainda melhores.
Fonte: Boletim Think Plastic Brazil