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Falta de insumos e crise hídrica são desafios para a indústria no segundo trimestre

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 Com queda de 0,2% no PIB do segundo trimestre de 2021, após alta de 0,7% de janeiro a março, a indústria tem perspectiva nebulosa para o segundo semestre.

Falta de insumos e crise hídrica são alguns dos desafios para a indústria, segundo analistas ouvidos pela reportagem do Valor Econômico, publicada nesta quinta-feira  (02). Com queda de 0,2% no PIB do segundo trimestre de 2021, após alta de 0,7% de janeiro a março, a indústria tem perspectiva nebulosa para o segundo semestre, de acordo com a matéria.

  • Gargalos com a falta de insumos e suprimentos devem ainda ser obstáculo à produção, ao mesmo tempo em que parte da demanda do consumo das famílias pode passar a ser deslocada para serviços.
  • A crise hídrica e o impacto nas tarifas de energia elétrica devem elevar custos já pressionados pelo avanço de preços de matérias-primas.

No segundo trimestre, o desempenho da indústria como um todo só não foi pior em razão da indústria extrativa e da construção, que avançaram respectivamente 5,3% e 2,7%. O desempenho amenizou a queda de 2,2% da indústria de transformação, sempre na margem, com ajuste sazonal.

IEDI  e Opportynity –  analisam a indústria de transformação 

Os dados do segundo trimestre mostram que houve interrupção da recuperação da indústria de transformação em 2021, diz Rafael Cagnin, economista do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

Há excesso de demanda e uma oferta que não consegue responder por desorganização das cadeias produtivas, resultado do impacto da pandemia no fluxo de mercadorias em cada uma das regiões do globo e também da obsolescência da capacidade instalada.

Uma crise energética, diz, pode aprofundar essa desorganização.

Para ele, ainda há uma perspectiva favorável para a indústria no segundo semestre, com o avanço da vacinação e reabertura da economia, mas os fatores de risco, como crise hídrica e ambiente político, se acumulam.

Marcelo Fonseca, econmista-chefe do Opportunity, também tem visão mais otimista. “Vemos que a demanda continua forte, está até com dificuldade de atender essa demanda por problemas de fornecimento na cadeia”, afirma, destacando que a contração da indústria “é pontual”.

“No segundo semestre, a demanda deve continuar com crescimento decente, e a oferta vai se recuperar, fechando essa janela.”

FGV – Indústria parou de crescer

“A indústria já parou de crescer e vai continuar desacelerando. O setor vive um verdadeiro inferno astral”, afirma Silvia Matos, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), ao citar, entre fatores desfavoráveis, a falta de insumos, crise energética, possível desaceleração da demanda externa e provável provável mudança do foco do consumo das famílias de indústria para serviços”.

GAP Asset –  2022 há expectativa de volatilidade cambial

“A indústria de transformação está sofrendo muito ainda com a falta de insumos”, diz Luana Miranda, economista da GAP Asset Management. “Quando perguntamos para as empresas do setor quando acham que a questão dos insumos se normalizará, quase 50% falam que isso ocorrerá só no ano que vem ou que nem conseguem prever.”

O setor automobilístico, diz Luana, é o mais impactado, mas também sofrem os de vestuário e produtos de metal.

“A oferta de vários suprimentos não vai se normalizar tão cedo. Alguns componentes como chips dependem da normalização das cadeias da Ásia, que sofre com a variante delta do coronavírus. Dificilmente conseguiremos uma normalização igualitária.”

Ela argumenta ainda que o risco de racionamento de energia elétrica é uma pressão adicional. Silvia ressalta que, dada a herança estatística, o desempenho da indústria deveria ser maior do que o visto nos últimos trimestres.

“O carregamento estatístico do PIB da indústria de transformação é de 8,5%. Ou seja, se mantivesse o patamar do fim de 2020, sem crescimento zero em todos os trimestres, deveria crescer 8,5% neste ano. No entanto, a projeção que temos para o ano é de crescimento de 5,9%”, diz.

Isso sem racionamento. Se houver racionamento e empresas tiveram de parar a produção, os impactos podem ser devastadores.”

Luana também acredita que um esperado deslocamento de consumo da indústria para serviços possa dificultar a recuperação da indústria neste ano. A projeção da GAP para o PIB da indústria é de alta 4,8% em 2021. 

Para 2022 há expectativa de volatilidade cambial, aumento dos juros, condições financeiras mais apertadas,  o que dificilmente fará a indústria se manter em patamares muito altos.

IBGE – Divulga queda de 1,3% em julho da produção industrial

A produção industrial brasileira registrou queda de 1,3% em julho na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (02/09/20221).

 

FONTE: VALOR ECONÔMICO / MONEY TIMES

https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/09/02/industria-patina-no-2o-tri-e-tem-cenario-nebuloso.ghtml

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