22 de agosto de 2011
Segundo a Dow Chemical, fazer plástico da cana-de-açúcar pode ser tão barato quanto fazê-lo do petróleo. A empresa planeja construir uma fábrica no Brasil, que segundo ela será a maior instalação para a fabricação de polímeros, a partir de plantas. O projeto começará com a construção de uma usina para 240 milhões de litros de etanol, em parceria com a Mitsui, que começa a começar ao final do ano.
No começo do próximo ano, a Dow terminará os planos de engenharia para as instalações que converterão o etanol em milhares de toneladas de polietileno, o plástico mais usado do mundo. A produção de químicos biológicos cresceu rapidamente, porém ainda representa apenas 7,7% do mercado geral de químicos. A produção foi limitada em muitos casos para químicos específicos ou produtos de nicho. Porém, a Dow diz agora que químicos feitos de matérias-primas vegetais podem estar prontos para competir frente a frente com petroquímicos feitos em grande escala.
A maioria dos químicos de grande volume é feita a partir do petróleo. Cerca de 80 milhões de toneladas de polietileno são fabricadas anualmente no mundo. Mas, os altos preços do
petróleo aumentaram os custos dos petroquímicos. E no Brasil, um duradouro apoio governamental para a produção do etanol da cana-de-açúcar permitiu que a indústria reduzisse custos, tornando o etanol competitivo para os combustíveis fósseis.
Luis Cirihal, diretor de alternativas renováveis e desenvolvimento de negócios da Dow na América Latina, observa que fazer o polietileno a partir da cana “não seria necessariamente atrativo em outras regiões”. Cirihal ressalta que a tecnologia para converter etanol em etileno, o precursor do polietileno, não é nova: “o processo de desidratação para converter etanol em etileno é conhecido desde a década de 1920. A única coisa que é realmente nova é a escala”. A nova usina terá a capacidade de produção de polietileno comparável à produção em uma planta petroquímica.
Apesar dos níveis exatos de produção ainda não terem sido estabelecidos, eles serão na ordem do que “se ouviu antes”, diz ele, referindo-se ao projeto proposto pela Dow que faria 350 mil toneladas de polietileno de cana-de-açúcar e será maior que a fábrica de 200 mil toneladas operada pela Braskem, sediada no Brasil.
Fonte: The New York Times Online