24 de maio de 2011
Focar seus esforços para levar mais informações aos consumidores foi o primeiro conselho dado pela diretora do Instituto de Embalagens, Assunta Camilo, durante o primeiro dia da Conferência Brasilplast. Ela explicou sobre as últimas tendências de consumo no mundo e como as embalagens devem seguir essas demandas para se tornarem mais eficientes.
Baseado em pesquisas sobre tendências de consumo, Assunta Camilo falou que as principais preocupações dos consumidores atualmente são conveniência, saúde, segurança, estilo de vida e sustentabilidade.
As embalagens devem atender às necessidades dos consumidores nessas questões e, além disso, levar informações não só sobre o produto, mas também sobre a própria embalagem. Ela explicou que apenas 7% das embalagens contêm informações sobre seu material, o que dificulta até mesmo o processo de reciclagem.
Assunta Camilo acredita que a sustentabilidade deve ser vista como uma oportunidade para a indústria do plástico, e que é preciso esclarecer os consumidores sobre a importância do setor. Segundo ela, o plástico faz parte de 40% das embalagens produzidas no País.
Presidente da Abiplast analisa o setor durante a Conferência Brasilplast- O presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, destacou na Conferência Brasilplast que a importação de produtos transformados dobrou nos últimos anos no Brasil, o que prejudica o desempenho da indústria nacional.
Segundo ele, o crescimento da indústria de transformação em países como a China gera serviços altamente qualificados, como criação de software e design, que agregam valor aos produtos e colabora para aumentar o Produto Interno Bruto (PIB).
Para ele, o Brasil tem que se esforçar para aumentar os investimentos nessas áreas, e resolver alguns dos entraves para as empresas brasileiras, como os juros altos, os impostos e a tarifa de energia, que é uma das mais altas do mundo e penaliza os produtores nacionais.
Roriz destacou que o ideal para o Brasil seria unir a produção de commodities à fabricação de produtos de valor agregado, o que representaria uma enorme vantagem para o País.
O presidente da Abiplast encerrou sua apresentação em um tom otimista, destacando que o Brasil vive um momento positivo e que as perspectivas para o futuro também são muito boas, especialmente por causa de eventos como a Copa e Olimpíada. Segundo ele, é preciso saber aproveitar e não ter medo de investir, pois a economia tem grandes chances de crescer.
Biopolímeros podem ser alternativa para reduzir impactos ambientais – A geração de resíduos sólidos cresce em todo o mundo. Somente no Brasil, são produzidas 230 mil toneladas de lixo diariamente. Deste total, 60% correspondem a material orgânico e 35% a reciclável – 5% não são aproveitáveis.
Nos últimos anos, a indústria do plástico vem aumentando os investimentos em produtos feitos com material biodegradável. De acordo com Júlio Harada, gerente Técnico e Desenvolvimento da BASF, enquanto o plástico comum demora em torno de 400 anos para se decompor no meio ambiente, os biopolímeros, degradados por meio de microorganismos, desaparecem em no máximo 180 dias.
Em palestra realizada durante a Conferência Brasilplast 2011, Harada explicou que, com essas novas alternativas, o setor abriu espaço para o desenvolvimento de outros materiais fabricados com fontes renováveis de energia. “Ao invés de incriminar a indústria do plástico, é preciso ter um olhar mais abrangente.
As possibilidades que existem hoje em termos de materiais biodegradáveis nos dão a certeza de que, sabendo usar a matéria-prima da forma correta, teremos combustíveis e produtos de fontes limpas pelas próximas décadas”, disse.
Operação Reciclar espera processar sete toneladas de material até o final da feira- A expectativa da Operação Reciclar é de processar, até sexta-feira, cerca de sete toneladas de plástico. Só hoje, o espaço reciclou mais de meia tonelada de material recolhido entre as empresas expositoras.
A Operação Reciclar é uma iniciativa da Reed Exhibitions Alcantara Machado e conta com a coordenação da Plastivida. O espaço está localizado em uma área de 204 metros quadrados na entrada do Pavilhão de Exposições do Anhembi.
Representante da FIESP fala dos impactos da Política Nacional de Resíduos Sólidos – Após 21 anos de discussão, a lei que determinou a criação da Política Nacional de Resíduos Sólidos vai mudar a rotina das indústrias. Foi o que explicou Ricardo Lopes Garcia, do Departamento de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, em palestra hoje na Conferência Brasilplast 2011, no Holiday Inn Park Anhembi.
Segundo o especialista, o grande desafio das empresas do setor de plástico será apresentar um Plano de Descarte de produtos, sob pena de não conseguirem renovar licenças imprescindíveis para o seu funcionamento. Mas os desafios impostos pela política não se restringem ao setor privado. As prefeituras também terão que fazer um esforço para se adequarem, pois estão obrigadas a entregar um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, tendo que cumprir 19 exigências.
“O plástico deverá ser um dos materiais mais visados e será necessário montar um plano de Logística Reversa. Isso significa o fabricante se responsabilizar pelo descarte adequado dos materiais, como já acontece com pilhas, baterias e lâmpadas”, explicou Ricardo. Para isso, o setor terá que trabalhar de forma educativa, pois os consumidores são parte fundamental para a destinação correta dos materiais.
Fonte: Revista Fator