17 de agosto de 2012
As medidas de incentivo ao consumo adotadas pelo governo brasileiro para promover o reaquecimento da indústria, aliadas à redução dos juros, ainda não surtiram o efeito esperado na economia doméstica. A estimativa de crescimento do PIB em 2012 caiu para o patamar de 2%, com expectativa de recuperação ao longo do 2º semestre do ano. Nesse cenário, a demanda brasileira por resinas termoplásticas registrou queda de 9% no segundo trimestre quando comparada ao anterior, anulando a recuperação verificada naquele período.
Mesmo em um ambiente econômico pouco favorável, o EBITDA da Braskem no 2T12 atingiu R$ 845 milhões, 7% superior ao apresentado no primeiro trimestre do ano, impulsionado pela leve recuperação de spreads entre preços das resinas e de matéria-prima, em linha com a tendência de mercado internacional. Excluindo-se os efeitos não recorrentes, que representaram um impacto positivo de R$ 108 milhões no trimestre, o EBITDA da Braskem foi de R$ 737 milhões, com margem de 8,7. Em relação ao 2T11, o EBITDA registrou queda de 27% em reais explicada pela contração de margens da indústria petroquímica mundial.
A receita líquida consolidada da Braskem no 2T12 foi de R$ 9,1 bilhões, um crescimento de 11% em relação ao trimestre anterior, alavancado pelo efeito da apreciação do dólar nos preços das resinas e petroquímicos básicos em reais, que subiram 10% e 12%, respectivamente, e compensaram parcialmente o menor volume de vendas. Na comparação com o 2T11, a receita líquida consolidada registrou alta de 9%.
“O cenário de incerteza na economia internacional e o baixo crescimento do mercado doméstico ainda representam um grande desafio ao crescimento da indústria nacional no curto prazo, que continua pressionada por fatores associados ao chamado custo Brasil, que enfraquecem a sua competitividade. A adoção de medidas anticíclicas, como a desoneração dos custos de produção e dos investimentos e o estímulo à inovação, é importante para a superação do momento atual”, diz Carlos Fadigas, presidente da Braskem.
As vendas de resinas da Braskem no mercado interno apresentaram recuo de 6% no 2T12, menor que a queda da demanda doméstica, o que permitiu um ganho de 3 p.p. no market share. Com a demanda limitada, a Braskem adequou o ritmo de sua produção ao realizar paradas para manutenção em algumas plantas de resinas no Brasil, reduzindo as taxas de utilização de capacidade em até 10 pontos percentuais – no caso do polipropileno – em relação ao trimestre anterior. As vendas de polietileno e polipropileno para o mercado interno tiveram queda em volume de 7%, enquanto as de PVC cresceram 2%.
A Braskem registrou prejuízo de R$ 1,0 bilhão no 2T12, influenciado pelo impacto da apreciação de 11% do dólar no trimestre sobre o endividamento da Companhia. É importante ressaltar que o efeito da variação cambial não tem impacto direto no caixa no curto prazo, já que a dívida tem prazo médio total de 15 anos. Para os 70% do endividamento da Companhia que são atrelados ao dólar, o prazo médio é de 20 anos, sendo que o endividamento atrelado ao dólar é condizente com o fato da receita da Braskem estar praticamente toda correlacionada com a moeda americana.
Em linha com seu compromisso da realização de investimentos com retorno acima de seu custo de capital, a Braskem investiu cerca de R$ 1,1 bilhão no 1º semestre de 2012. Desse montante, R$ 508 milhões foram direcionados aos projetos de aumento de capacidade e melhoria de seus ativos, com destaque para a conclusão das expansões de PVC em Alagoas e de butadieno no Rio Grande do Sul, com operações já iniciadas. A Companhia realizou ainda desembolsos no valor de R$ 207 milhões em manutenção, em linha com o objetivo de manter seus ativos com altos níveis de eficiência e confiabilidade.
No plano internacional, o projeto Etileno XXI, para produção integrada de polietileno no México, teve suas obras civis iniciadas e a terraplenagem está em fase de conclusão, objetivando a partida das operações em 2015. Além disso, nos Estados Unidos, onde possui 5 plantas de polipropileno, a Braskem adquiriu em julho os ativos de separação de propeno, “splitter”, da refinaria de Marcus Hook na Pensilvânia, assegurando o fornecimento de matéria-prima de diversas fontes, e dessa forma, garantindo a continuidade da operação de sua planta na região.
A Braskem também fortaleceu sua parceria com a Enterprise Products pela assinatura de contratos para o fornecimento de aproximadamente 65% do propeno necessário para suas 3 plantas da região do Golfo americano por um prazo de 15 anos. Um dos contratos envolve a construção, por parte da Enterprise, de uma planta de desidrogenação de gás propano (PDH). A unidade de PDH deve iniciar sua operação comercial no 3º trimestre de 2015 e utilizará propano oriundo do gás de xisto e outras fontes não tradicionais de propano como matéria-prima. Com tudo isso a Braskem reforça seu compromisso com o mercado petroquímico norte-americano e traz para sua matriz local uma precificação de matéria-prima baseada em propano, aproveitando as oportunidades do competitivo gás da região.
“Ao mesmo tempo em que busca seguir na implementação de sua estratégia de longo prazo, apoiada em projetos estruturantes de expansão como Comperj e Etileno XXI, a Braskem mantém o foco na melhoria de sua competitividade através da elevação de market share, da eficiência operacional e redução de custo fixo”, afirma Fadigas.
Fonte: Braskem