08 de novembro de 2011
Quando inaugurou a primeira fábrica de plástico verde do mundo a partir do etanol da cana-de-açúcar, na unidade de Triunfo, no Rio Grande do Sul, em setembro de 2010, a Braskem comemorou o fato de ter boa parte da sua produção já vendida. Fruto de um investimento de US$ 500 milhões e três anos de pesquisa, o produto foi um sucesso imediato. Mas, sem fazer alarde e sob o maior sigilo, a Braskem resolveu não parar por aí.
A petroquímica brasileira pesquisa, desde 2007, um novo tipo de plástico renovável: o polipropileno produzido a partir de etanol. O projeto deverá consumir, inicialmente, US$ 100 milhões e poderá agregar novos clientes à carteira da companhia. É que o polipropileno é uma resina mais resistente e, por conta disso, é usada na fabricação de peças pesadas da indústria, como as usadas em geladeiras e em automóveis.
A montadora japonesa Toyota foi a primeira a se interessar pelos plásticos renováveis, tanto é que se tornou parceira da Braskem na empreitada. “Ninguém produz ainda o polipropileno verde”, disse Luiz de Mendonça, vice-presidente da unidade de negócios internacionais da Braskem. A grande vantagem do plástico verde está em sua matéria-prima. A cana é um recurso renovável e seu cultivo contribui para a captura do gás carbônico da atmosfera, o oposto do que ocorre com o petróleo, insumo tradicional dos plásticos.
Mendonça não revela quando começará a produção em larga escala do novo plástico sustentável da Braskem. Limita-se a dizer que “está tudo conforme o previsto”. O relatório de 2010 de sustentabilidade da companhia informa que o objetivo é fabricar o polipropileno verde em meados de 2013. A produção inicial deve ficar entre 30 mil e 50 mil toneladas, segundo o executivo. A capacidade é uma gota no oceano perto do mercado global de polipropileno, que soma 51 milhões de toneladas ao ano.
Fonte: Revista IstoÉ Dinheiro.