23 de novembro de 2012
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, confirmou em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso que a instituição atua no mercado de câmbio para impedir a valorização do real. Disse, também, que um real desvalorizado ajuda a indústria.
Seu discurso está em linha com a declaração feita pela presidente Dilma Rousseff, em entrevista exclusiva ao Valor nesta semana. Dilma disse estar insatisfeita com o atual nível de taxa de câmbio no Brasil.
Como de praxe, Tombini negou que o BC trabalhe para defender uma determinada taxa de câmbio ou banda informal de variação, com piso e teto. Na prática, porém, é o que o Banco Central vem fazendo desde setembro do ano passado. De lá para cá, o câmbio já teve três bandas: R$ 1,70-R$ 1,90; R$ 1,90-R$ 2,00; e R$ 2,00-R$ 2,05.
Desde maio deste ano, a cotação do dólar não cai abaixo de R$ 2,00. Todas as vezes em que a moeda americana ameaçou ficar abaixo desse patamar, o BC fez intervenções no mercado para trazer a cotação para R$ 2,00.
Nas últimas duas semanas, depois de ficar um bom tempo em torno de R$ 2,00 e R$ 2,05, o dólar se valorizou em relação ao real e o BC nada fez, indicando que toleraria uma cotação ao redor de R$ 2,10. No mercado, especula-se que o BC esteja preparando o mercado para uma nova banda informal – de R$ 2,10 a R$ 2,15.
“Temos o regime de câmbio flutuante, mas tomaremos as precauções para evitar que o país seja uma praça de desvalorização de outras moedas”, justificou Tombini na audiência do Congresso.
Fonte: Valor Econômico