26 de abril de 2013
A indústria inicia o segundo trimestre em ritmo lento, mas ainda sim melhor do que em igual período do ano passado. A avaliação é do superintendente adjunto de ciclos econômicos do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), Aloisio Campelo.
“Por enquanto, não há sinais de uma aceleração mais intensa e um ritmo mais duradouro no aumento da produção industrial no segundo trimestre”, disse Campelo, ao comentar os dados da prévia da Sondagem da Indústria de Transformação de abril, divulgada ontem.
O estudo apontou que os empresários da indústria estão menos otimistas em abril, tanto em relação ao presente quanto ao futuro do setor. A pesquisa apontou que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) caiu 0,3% na passagem de março para abril, para 104,7 pontos, na série que desconta os efeitos sazonais. Esse foi o segundo recuo seguido do indicador, que está mais próximo da média dos últimos 60 meses, de 104,4 pontos.
“A indústria ainda tem muitos problemas de competitividade, dificuldades para exportar, e lida com a competição de importados no mercado doméstico. Há ainda a inflação de alimentos. A questão é que a demanda interna cresce menos e a externa está caindo. Com isso, não há ímpeto interno para a compra de materiais industriais”, disse Campelo.
Em razão desses fatores, o Índice da Situação Atual (ISA) recuou 0,4%, para 103,8 pontos, em abril na comparação com março, descontados os efeitos sazonais. O ISA está abaixo da média histórica, de 105,6 pontos.
A falta de perspectivas de aumento de demanda, afirmou Campelo, fez o Índice de Expectativas (IE) cair 0,4% em abril em relação a março, para 105,5 pontos, na série dessazonalizada. O IE está acima da média, de 103,1 pontos. “Essas quedas mostram que a indústria não dá sinais evidentes de uma recuperação de um ritmo mais intenso”, disse Campelo.
De acordo com o estudo, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) subiu 0,2 ponto percentual em relação a março, para 84,3%. “Os dados indicam que a indústria deverá crescer no segundo trimestre [na comparação com o período imediatamente anterior], mas será um crescimento fraco, porque não há aumento significativo de demanda”, afirmou Campelo.
Fonte: Valor Econômico