17 de outubro de 2011
Impacto da medida é grande na economia, pois os plásticos estão presentes em praticamente toda a indústria e em numerosos bens de consumo
Apesar de estar vigorando há quase 20 anos, o direito antidumping aplicado ao PVC foi aumentado para 16%, sob o argumento de estar sendo restaurada a sua eficácia. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), a medida beneficia apenas os poucos produtores nacionais do produto, que podem manter cativo o mercado interno, praticando preços mais elevados do que os vigentes no mercado internacional.
Os produtores de manufaturas e semi-manufaturas produzidas com PVC são inviabilizados de poder se utilizar de fontes alternativas de suprimento a preços mais compatíveis, diminuindo sua competitividade no mercado internacional e aumentando sua vulnerabilidade em relação ao produto importado.
Convém ressaltar que os altos preços do PVC nacional amparados por tal medida resultam de imediato no aumento dos custos dos produtos transformados de plásticos e, consequentemente, geram um componente inflacionário muito importante, obrigando o repasse de preços, pois não há outra alternativa para se manter no mercado”, afirma o presidente da Abiplast, José Ricardo Roriz Coelho.
Os segmentos industriais atingidos pela medida, como reconhece o próprio governo, são sensíveis e importantes para o desempenho da economia nacional: construção civil, indústria automotiva, embalagens, irrigação e transportes. São setores que utilizam em larga escala o plástico transformado.
Essa situação comprova que manter um setor industrial altamente protegido e isolado de uma realidade de mercado em nada contribui para o desenvolvimento e crescimento industrial. Após quase 20 anos tendo o mercado nacional fechado, a indústria nacional produtora de PVC continua apresentando a mesma debilidade e utilizando dos mesmos recursos para ter melhores resultados econômicos e financeiros. O que é mais crítico, essa mesma indústria atualmente carece de condições adequadas de suprimento pleno do mercado interno e ela própria recorre à importação para atender a demanda nacional.
Se queremos ser competitivos, temos de nos estruturar e buscar eficiência, nãopodemos nos esconder atrás de proteção de mercado eternamente. Proteger monopólios de matéria-prima tira a competitividade da cadeia produtiva como um todo, apenando os setores que mais agregam valor e emprego e,sobretudo, transferindo o custo de proteção para o bolso da sociedade”, finaliza o presidente da Abiplast.
Fonte: Abiplast (Associação Brasileira da Indústria do Plástico)