24 de maio de 2011
O plástico é uma fonte renovável de energia, capaz de ser reciclado infinitamente. Banir o uso das sacolas plásticas seria um verdadeiro retrocesso para a sociedade, pois se trata de um produto mais higiênico e prático. Segundo o Simpep – Sindicato da Indústria de Material Plástico no Estado do Paraná – o que deveria ser feito pelos órgãos governamentais é uma política de conscientização, com ações de esclarecimentos para a população e implantação de usinas de reciclagem.
Infelizmente, o Brasil ainda utiliza o mesmo sistema de lixo de 100 anos atrás, completamente ultrapassado para a nova realidade.
Segundo o Simpep, umas das alternativas para a sustentabilidade do planeta é a implantação de usinas de reciclagem, que transformam o lixo orgânico em adubos e separa o reciclável. Outro benefício das usinas é transformar os materiais que não podem ser reciclados em energia elétrica, que pode ser vendida para as Cias de eletricidade ou utilizada na própria usina.
As sacolas plásticas são atóxicas, sem odor e imune a fungos e bactérias, capaz de suportar 5 mil vezes o seu peso, além de ser 100% reciclável. Outro detalhe que precisa ser cobrado pelos consumidores é que as embalagens estejam dentro das normas da ABNT, para assegurar a qualidade e a resistência, o que evita o uso demasiado das embalagens no carregamento de produtos.
Querer banir o uso das sacolas plásticas é utopia. O sindicato acredita que discussões sobre o tema são positivas, e com certeza capazes de trazer soluções concretas para se chegar a um consenso em prol da população e do meio ambiente. “O uso consciente, sem desperdício e o descarte adequado seria o ideal para que todos possam continuar usufruindo dos benefícios que as sacolas trazem, sem prejudicar o ecossistema”, diz a presidente do SIMPEP, Denise Dybas Dias.
Hoje, o Paraná conta com 260 empresas de embalagens flexíveis, que geram aproximadamente 10 mil empregos diretos. No Brasil, são 2.900 empresas que empregam 105.400 pessoas, segundo a ABIPLAST – Associação Brasileira da Indústria Plástica.
Para o diretor do SIMPEP, Dirceu Galléas, reciclar não é uma opção e sim uma obrigação de todos. “É necessário que haja um engajamento em prol da natureza com campanhas sócio educativas, que coloquem a reciclagem como matéria curricular nas escolas. Uma política eficaz na questão de impostos também seria importante para tornar o plástico um material atrativo para a reciclagem, da mesma forma que aconteceu com o alumínio, que hoje é 100% reciclado no Brasil”, diz.
Para Galléas, a carga tributária na reciclagem é muito alta e a falta de incentivo é a maior dificuldade do setor. “Antes de virar um material reciclado, os produtos já tiveram os seus impostos cobrados e ocorre uma bi tributação quando são reciclados e transformados em novos produtos. Isso diminui o interesse das empresas, pois o custo muitas vezes acaba ficando próximo do material virgem e dos importados de baixa qualidade da China”.
Além da praticidade, as sacolas plásticas são extremamente higiênicas e podem ser usadas posteriormente para acondicionamento de lixo doméstico. Segundo a presidente do SIMPEP, já estão em discussão alguns riscos que as sacolas retornáveis podem trazer devido ao acúmulo de bactérias e fungos, que podem contaminar os alimentos e produtos transportados quando não higienizadas corretamente. “As pessoas que adotaram as sacolas retornáveis acabam tendo que comprar sacos de lixo, não diminuindo em nada o consumo de plástico em suas residências. A melhor saída é investir na instrução das pessoas sobre o descarte adequado e incrementar com a coleta seletiva em todas as regiões do Brasil”, completa.