23 de novembro de 2015
Um grave problema na área de PE (polietileno), a homologação do aditivo oxidegradável por parte da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) precisa ser revista. Um dos maiores especialistas no assunto, Paulo Francisco da Silva, diretor comercial e de desenvolvimento da Neuplast, enfatiza que a decisão foi um erro.
Com 35 anos de estrada, a Neuplast opera em Guarulhos (SP) uma capacidade instalada para reciclar 1500 t/mês de polipropileno (PP) e polietileno de alta densidade (PEAD).
Segundo Paulo Francisco da Silva, não existe “oxibio” como dizem. Ou é “oxi” ou é “bio”. O único plástico biodegradável é o ácido polilático (PLA), que se decompõe apenas em condições adequadas de compostagem, algo inexistente ainda no Brasil.
“Em química, o prefixo OXI indica metálicos e o prefixo BIO, tudo o que é orgânico, portanto, não existe oxibiodegradável”, enfatiza o profissional da área.
Ele explica que o termo oxi refere-se à colocação de um aditivo metálico que fragmenta o plástico. “É muito pior do que deixar a peça inteira. Tivemos um problema recente com uma peça termoestabilizada. De uma hora para outra, e sem mudar a formulação, a peça começou a esfarelar durante um teste de 200h a 150ºC. Começamos a pesquisar, encontramos um componente no material e descobrimos que parte dele vinha com aditivação oxidegradável”, destaca.
Na Europa e nos Estados Unidos esse tipo de aditivo encontra muita resistência ao uso, mas tem sido utilizado no Brasil.
Por conta disso, a Abiplast vem fazendo uma ação pesada contra essa homologação, lembrando que a utilização do oxidegradável na fabricação de sacolas plásticas no município de São Paulo está proibida.
Isso porque o material plástico com o aditivo deixa de ser reciclável, pois as partículas resultantes do seu processo de degradação podem permanecer por longo período no meio ambiente, deixando rastros de materiais pesados.