12 de agosto de 2014
O segmento de transformados plásticos no Brasil tem vocação para ser grandioso e um dos mais promissores da América Latina.
Mas, apesar de nossos esforços, a história recente do nosso País nos mostra justamente o contrário.
Não estamos vivendo o que planejamos como meta de futuro.
No Paraná, as indústrias de transformação vêm apresentando um crescimento bem abaixo do desejável nos últimos quatro anos, se comparado com o aumento do consumo aparente da população brasileira, que ficou em torno de 4% ao ano no mesmo período. A expansão do volume de produção do setor de transformação atingiu a média 2,8% ao ano.
Apesar de sermos considerados a quinta potência do mundo, todos os tipos de incertezas políticas, tanto externas quanto internas, se aproximam apontando como certo o aumento da inflação e a desaceleração da economia.
Dificuldades de aquisição de matéria-prima, entraves históricos relacionados ao Custo Brasil e a necessidade de equacionarmos constantemente nossas metas nas áreas financeira, trabalhista, fiscal, econômica e social nos fazem agir como equilibristas, para nos mantermos em um mercado altamente competitivo e cada vez mais ameaçado pela economia global.
Ao resolver problemas urgentes, nos sobra pouquíssimo tempo para tomada de decisões ancoradas em uma abordagem mais analítica.
Dois novos desafios, que chegam com força total, demandam esta visão sistêmica de nossa realidade.
A implantação da NR12, que nos impõe ajustes severos que ainda não conseguimos sequer dimensionar, e a questão da logística reversa, que passou a ser uma obrigação legal, sujeita a penalidades altíssimas em caso de descumprimento.
Ou seja, ou corremos contra o tempo ou “corremos contra o tempo”.
No que se refere à NR12, o exercício parece ser grandioso, pois afeta profundamente o nosso potencial de investimento e a incorporação de novas plataformas tecnológicas, sem falar na capacitação de equipes.
A lei nos obriga a regularização imediata das máquinas, com as devidas adaptações de segurança.
E mesmo sendo benéfica, pois favorece a integridade física dos trabalhadores, não busca um equilíbrio entre o atual contexto fabril e a evolução do maquinário, ou seja, nossas máquinas deverão ser sucateadas em muito breve, caso não encontremos uma solução ou canal de diálogo.
Precisamos lutar pela flexibilidade da Lei, para que possamos realizar estas adaptações de forma gradual.
Não se faz uma mudança tão significativa como esta de uma hora para outra.
No outro desafio, o da logística reversa, precisamos nos colocar como parte do problema e também da solução.
A notícia boa é que, no Paraná, estamos à frente de todos os outros estados da federação.
Somos um dos primeiros a avançar efetivamente na Política Nacional de Resíduos Sólidos, com a criação da Central de Valorização de Materiais Recicláveis (CVMR).
Com o apoio do Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado do Paraná, representando empresas de diversos segmentos industriais, incluindo as indústrias de transformados plásticos, a CVMR é um recurso oportuno e muito vantajoso para o cumprimento da lei, estando ao alcance de 70 municípios paranaenses.
Ou seja, as razões que hoje estão “travando” o crescimento das indústrias no país não envolvem apenas números.
Muitos dos nossos problemas necessitam de um maior posicionamento político. E o momento atual é oportuno.
Vivemos um processo eleitoral no Brasil, onde estão sendo definidas as futuras lideranças políticas de nosso País.
É hora de ecoar a nossa voz, sustentarmos um posicionamento político mais firme e objetivo, apoiando candidatos que realmente estejam alinhados com a nossa causa.
Não podemos mais sentar e discutir, temos que agir!
Denise Dybas Dias
Presidente Simpep