20 de fevereiro de 2014
No workshop o analista econômico sênior da ABIPLAST, Marcos Nascimento, destacou que apesar de ser o terceiro empregador industrial do País, o setor de transformação do plástico ainda encontra empecilhos para sua evolução.
Os principais fatores que impactam negativamente, segundo Nascimento, são a informalidade dos pequenos recicladores, os altos custos de transporte, a tributação elevada e a grande concorrência com materiais importados. “Estimamos que 30% do plástico consumido em nossa sociedade têm potencial para reciclagem, mas hoje, aproveitamos apenas 22%”, ressalta.
Para a gerente dos grupos de embalagens plásticas e do meio ambiente do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA/Ital), Eloísa Garcia, o mercado e a sociedade ainda precisam ampliar a visão, no que diz respeito à reciclagem plástica.
“A reciclagem gera economia de recursos em todo o ciclo de vida do produto, portanto, não está relacionada apenas à redução dos resíduos sólidos”, destaca Eloísa Garcia.
Desoneração fiscal
Durante o workshop Reciclar, a Abiplast apresentou uma proposta de desoneração fiscal para os recicladores. O objetivo é que estas indústrias possam contar com o crédito presumido no IPI, para aquisição de matérias primas recicláveis e de PIS e COFINS, na aquisição de reciclados.
“A redução e isonomia do ICMS, em âmbito nacional, e a criação de identidade tributária para o produto reciclado também estão entre as demandas trabalhadas pela Abiplast em parceria com as entidades representativas nos estados”, apontou Marcos Nascimento.
De acordo com o executivo Luiz Roberto, o workshop contou com conteúdos de altíssima qualidade e “permitiu a ampliação dos horizontes quanto às perspectivas do mercado brasileiro de reciclagem do plástico”.
A reciclagem no Brasil
Segundo a Abiplast, a indústria de reciclagem de material plástico brasileira reúne 815 empresas que faturam R$ 2,394 milhões por ano e empregam aproximadamente 23 mil pessoas. A capacidade instalada é de 1.716 toneladas, com produção anual de 1.077 toneladas. O País é o décimo colocado no ranking mundial da reciclagem mecânica, com índice de 22% com relação a toda a produção plástica realizada. Atualmente, o potencial econômico desperdiçado devido ao não tratamento dos resíduos plásticos é de R$ 5,8 bilhões.
Estima-se que 41% dos plásticos reciclados são utilizados no segmento de bens de consumo semi e não duráveis (utilidades domésticas, têxtil, brinquedos, descartáveis, limpeza doméstica, calçados, acessórios, material escolar e de escritório). O restante é distribuído entre os segmentos industrial (15%), agropecuária (15%), construção civil e infraestrutura (16%), e bens de consumo duráveis (7% – automobilístico, eletroeletrônico e móveis).
Publicado em: 19/02/2014
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