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Juros avançam após ata do BC e mercado já vê Selic em 9,25%

O tom mais duro em relação à inflação, contido na ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada na manhã de ontem, fez com que as taxas dos contratos futuros de juros subissem com intensidade e passassem a indicar chance de a Selic (a taxa básica de juros da economia) terminar 2013 em 9,25%, com pequena possibilidade de fechar em até 9,50% ao ano. Antes, as apostas majoritárias estavam concentradas na possibilidade de o juro básico encerrar este ano em 9%. Alguns economistas também elevaram suas projeções para a Selic ao fim de 2013. Levantamento feito pelo AE Projeções, do Broadcast, mostra que as estimativas, agora, variam de 8,50% a 9,50%. Tais desdobramentos ocorreram na esteira de alguns pontos contidos na ata do Banco Central, mas também foram amplificados por movimentos técnicos antes do anúncio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que sai hoje. A taxa do contrato futuro de juros com vencimento em janeiro de 2014 ficou em 8,56% ontem, ante 8,50% de quarta-feira. Já a taxa do vencimento em janeiro de 2015 marcou 9,22%, ante 9,10%.

Na ata, ao mesmo tempo em que relatou piora das perspectivas de inflação para 2013, o BC disse que agirá com tempestividade para que os preços prossigam em queda, destacando que há mecanismos formais e informais de indexação que contribuem para a resistência dos preços e das expectativas. Além disso, o BC elevou o patamar de dólar em sua hipótese de trabalho, de R$ 2,00 para R$ 2,05, e chamou a atenção para o risco de a moeda dos EUA subir ainda mais. No mercado de câmbio, a leitura deste trecho do documento contribuiu para a queda da moeda ante o real. O movimento de baixa do dólar no Brasil também acompanhou o exterior, só que em menor intensidade. O dólar à vista no balcão recuou 0,42% ante o real – menos que o ritmo de queda no exterior -, cotado a R$ 2,1220. A queda menor do dólar no Brasil também pode ser explicada por uma possível saída de investidores estrangeiros do País, o que, inclusive, esteve refletido na alta das taxas de juros dos contratos futuros com prazos mais longos.

Em meio a isso, a Bovespa conseguiu se recuperar no período da tarde, acompanhando a virada para o positivo dos índices em Nova York. A alta dos papéis da Petrobrás e da Vale garantiu o leve ganho do Ibovespa, que subiu 0,16%, aos 52.884,83 pontos. A volatilidade do pregão nos EUA foi explicada pelas incertezas em relação à política do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), bem como pela expectativa em torno do relatório do mercado de trabalho norte-americano, que sai hoje. O índice Dow Jones subiu 0,53%, o Nasdaq avançou 0,66% e o S&P 500 teve alta de 0,85%.

Fonte: O Estado de São Paulo

 

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