10 de maio de 2013
Aquisição de máquinas e equipamentos concentram setores de investimentos realizados na primeira década dos anos 2000
Sete setores da indústria extrativa e de transformação concentram os investimentos em automação – aquisição de máquinas e equipamentos – realizados na primeira década dos anos 2000 pelas empresas brasileiras. Siderurgia, mineração, borracha e plástico, máquinas e equipamentos, eletrônico, automotivo e petróleo e gás são responsáveis por 43% do PIB da Indústria Extrativa e de Transformação. Juntos, somam 7,9% do PIB do Brasil.
Os investimentos em automação nesses setores podem ajudar o Brasil a fazer frente aos competidores internacionais. A indústria automatizada ganha em produtividade, em tecnologia e em valor agregado. Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o estímulo à inovação – que tem na automação um de seus pilares – é ferramenta fundamental para agregar valor e fazer a indústria brasileira tornar-se mais competitiva.
“Nesse sentido, a importação de máquinas e equipamentos, por exemplo, com fins de automação do processo produtivo, tem sido a principal estratégia das empresas a fim de obter resultados no curto prazo”, afirma Márcio Guerra, gerente da Unidade de Estudos e Prospectiva (UNIEPRO) da CNI.
HISTÓRICO – Até a década de 1980, a automação era praticamente inexistente no Brasil. Foi a partir dos anos 1990, mais tarde do que em outros países, que a abertura de mercado proporcionou a compra de máquinas automatizadas, principalmente da China. A automação da indústria brasileira começou, então, a dar passos mais firmes, principalmente, nos setores químico e automotivo.
“Hoje em dia, a intensificação das políticas de apoio à inovação e a ganho de competitividade deve aumentar a demanda por automação em, principalmente, siderurgia, mineração, borracha e plástico, máquinas e equipamentos, eletrônico, automotivo e petróleo e gás. São esses os setores que mais requerem tecnologia e que mais investem em compra de máquinas”, avalia Guerra.
ESTÍMULO AO CRESCIMENTO – Investir em automação pode ajudar a reverter a curva decrescente de participação da indústria no PIB. Segundo o IBGE, em 2004, esse índice foi de 30,1%, passou para 26,8% em 2009 e chegou ao menor patamar nos últimos 12 anos em 2012, com 26,3%.
Apesar de ser a sétima economia do mundo, o Brasil investe apenas 1,16% do PIB em inovação, segundo o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Está atrás da França (2,26%), da Alemanha (2,82%), dos Estados Unidos (2,90%) e da Coreia do Sul (3,74%). De acordo com a Pesquisa de Inovação 2008 (PINTEC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dentro do universo de 106 mil empresas investigadas, 38,3% inovam.
QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL – De acordo com a expectativa da CNI, no intervalo de 5 a 10 anos, num possível cenário favorável ao setor, deve ocorrer a difusão de um grande número de tecnologias complexas que impactarão fortemente os perfis profissionais, tornando-os mais abrangentes.
“Esses profissionais deverão conhecer sobre funcionalidade e projeto de sistemas, elaboração de documentos técnicos e gestão da manutenção. As habilidades e atitudes que serão mais requeridas serão: pró-atividade, capacidade de adequação às mudanças, capacidade de trabalhar em equipes e liderança”, ressalta Márcio Guerra.
As principais atividades para técnicos em automação industrial e mecatrônica, serão: utilização de tecnologia de rede sem fio e ethernet, bem como de tecnologia RFID (Radio-Frequency Identification) em sistema de automação industrial, além de aplicação do sistema TPM (Manutenção Produtiva Total) no planejamento da manutenção. Por isso, os principais conhecimentos para esses profissionais serão redes sem fio e ethernet.
Fonte: Panorama Brasil