30 de novembro de 2012
Tesouro admite que receita sofre impacto de PIB mais fraco
O governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) acumulou superávit primário de R$ 64,7 bilhões no período de janeiro a outubro, uma queda de R$ 22,1 bilhões, ou 25%, em relação aos dez primeiros meses de 2011, quando foram contabilizados R$ 86,8 bilhões. Em outubro, a economia que o governo fez para pagar juros da dívida foi de R$ 9,9 bilhões, o terceiro melhor resultado do ano, mas, na comparação com o mesmo mês do ano passado, quando o valor ficou em R$ 11,5 bilhões, houve uma queda de 13,9%.
Segundo o Ministério da Fazenda, o Tesouro contribuiu com um superávit de R$ 12,8 bilhões para o resultado de outubro. Já a Previdência Social e o Banco Central apresentaram déficits de R$ 2,8 bilhões e R$ 65,3 milhões, respectivamente.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, reconheceu que o governo central não cumprirá a meta cheia de superávit primário neste ano, no valor de R$ 97 bilhões. Ele lembrou que será realizado um abatimento de R$ 25,6 bilhões de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que diminui a meta para R$ 71,4 bilhões em 2012.
– Sempre dissemos que a prioridade em 2012 é a economia e que faríamos um conjunto de ações de incentivo para que o impacto da crise internacional fosse o mínimo possível – afirmou o secretário. – O Brasil pode trabalhar dessa forma e priorizar o crescimento. E vamos monitorando. É a melhor opção de política fiscal e monetária, mas não deixaremos de tomar medidas para evitar o abatimento da meta.
Despesa de custeio sobe 16%
Ele negou que a queda do saldo tenha sido causada pelas desonerações tributárias feitas ao longo dos últimos meses para diversos setores, como a diminuição do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e a desoneração da folha de pagamento. Segundo Augustin, a receita foi impactada, principalmente, pela queda na atividade econômica.
Pelos dados divulgados ontem, as despesas de custeio, para manutenção da máquina pública, aumentaram 16,4% de janeiro a outubro, contra 5,2% no mesmo período de 2011. Já os investimentos federais, como o programa Minha Casa, Minha Vida, cresceram 22,9%, atingindo R$ 50,9 bilhões.
Os gastos do PAC somaram R$ 26,6 bilhões em 2012, um aumento de 27,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
Fonte: O Globo