01 de outubro de 2012
Apesar dos fundamentos mais sólidos, economias sofrerão se cenário piorar
WASHINGTON O FMI fez ontem um alerta para os mercados emergentes: suas taxas de crescimento estarão em risco se os países ricos desacelerarem mais. Por isso, as autoridades devem se certificar de que suas economias estão prontas para enfrentar o cenário. Presente no relatório Panorama Econômico Mundial, o informe destaca que muitos emergentes já demostram crescimento enfraquecido, com produção industrial e confiança empresarial em queda.
Em julho, o FMI cortou suas projeções de crescimento para três dos quatro países do bloco formado por economias emergentes, o Bric: Brasil, China e Índia. Segundo o novo informe do FMI, uma desaceleração no investimento da China pode ter impacto de um ponto percentual no PIB brasileiro.
Segundo o Fundo, que analisou cem economias emergentes nos últimos 60 anos, melhores políticas públicas praticadas na última década fizeram as economias mais fortes para lidar com choques econômicos, embora elas não estejam imunes a turbulências internas ou externas. Mais países adotam metas de inflação, taxa de câmbio flexível e políticas monetárias e fiscais anticíclicas. Mas, se o cenário externo piorar, vulnerabilidades podem reemergir.
Não há garantia de que a relativa calma desfrutada pelas economias emergentes nos dois últimos anos vá continuar – afirmou o economista do FMI Abdul Abiad.
Fitch revê previsões
O alerta do FMI também chamou atenção para uma aceleração dos fluxos de capitais, o rápido crescimento do crédito e os altos preços das commodities, que favoreceram o crescimento dos emergentes, mas podem ter paradas bruscas.
Também a agência de classificação de riscos Fitch alertou ontem para a continuidade do cenário difícil para os países mais ricos. Em relatório trimestral sobre as perspectivas da economia global, a agência revisou as previsões de junho.
Com base em movimentos como os estímulos monetários nos EUA e o corte de juros pelo Banco Popular da China, a Fitch avaliou que o mundo deve crescer 2,1% em 2012; 2,6% em 2013; e 3% em 2014, ante previsões anteriores de 2,2%; 2,8%; e 3,1%. A agência ainda prevê prosperidade para os emergentes: a China deve crescer 8,2% em 2013, o Brasil, 4,2%, e a Índia, 7%.
Fonte: O Globo