11 de junho de 2012
Presidente da Apas e vereadores discutem soluções a impasses: João Galassi diz que apresentará plano dentro de 15 dias
Uma nova proposta para melhorar a restrição no fornecimento de sacolas plásticas em supermercados convenceu os vereadores de Campinas a adiar a votação de projeto de lei que obriga essas empresas a distribuir embalagens biodegradáveis de forma gratuita aos consumidores.
Prévia desse plano, que valerá para todo o Estado, foi apresentada aos parlamentares na tarde desta quarta-feira (6) horas antes do início da sessão pelo presidente da Associação Paulista de Supermercados (Apas), João Galassi. Ele promete formalizar essas sugestões dentro de 15 dias e evitará que a volta das sacolinhas se torne uma lei.
A discussão é motivada pelos inúmeros problemas que os consumidores têm enfrentado depois que acordo entre o Ministério Público e a associação resultou, em abril, na suspensão da distribuição das sacolas com a proposta de preservação ambiental.
Segundo o presidente da Apas, o novo programa será apresentado na Rio+20, conferência sobre o meio ambiente que acontece no Rio de Janeiro a partir da semana que vem.
As mudanças visam melhorar a rotina dos consumidores que se esquecem de levar as sacolas retornáveis ao supermercado e àqueles que fazem compra de última hora e não têm o utensílio em mãos. Situações como estas são as que mais desagradam os consumidores. Muitos saem carregando os produtos nos braços e outros têm de adquirir a embalagem retornável a cada compra.
Segundo vereadores, uma das saídas apresentadas pela Apas seria disponibilizar sacolas biodegradáveis para os consumidores comprarem quando estiverem sem outro tipo de embalagem. Na próxima compra, se o cliente estiver com a sacola retornável, ele poderá usar o valor pago nas embalagens como crédito em suas compras. “Essa ideia é interessante porque não gera despesa para o consumidor”, disse o vereador Jorge Schneider (PTB). O presidente da Apas não confirmou a informação e afirmou que as sugestões ainda têm de ser consolidadas.
Outra proposta da associação deverá visar o descarte de lixo feito por grande parte da população através das antigas sacolinhas. Com a mudança, passou a ser necessário comprar sacos de lixo que, em grande parte, não são biodegradáveis e não contribuem com o meio ambiente. Melhorias nessa área estão sendo discutidas com produtores de sacos de lixo.
Câmara
A proposta esplanada pela Apas convenceu 12 parlamentares a assinaram requerimento pelo adiamento do projeto, que tramitava na Câmara desde fevereiro. “Achamos melhor esperar essa proposta antes de aprovar uma lei.”
Galassi negou que tenha agendado a reunião com os vereadores para tentar evitar a aprovação. Disse que foi à Câmara com o intuito de apenas alertar que leis como a proposta no projeto adiado, aprovada em outras cidades, foram consideradas inconstitucionais. “Eu fui falar com o presidente da Câmara (Thiago Ferrari) e encontrei com os vereadores em reunião, mas foi uma coincidência”, disse.
O autor do projeto, Cidão Santos (PPS), disse que não se opôs ao adiamento para evitar que o projeto fosse rejeitado. “Eu preciso dos vereadores para aprovar”, disse.
Entre os consumidores, a situação divide opiniões. A auxiliar de importações Claudia Cardoso, de 40 anos, saiu ontem da rede de supermercados Pão de Açúcar com os produtos nas mãos. “Eu estava na rua e decidi passar no supermercado, não tinha sacola”, disse. A advogada Thaís Tavares, de 29 anos, apesar de também estar sem a sacola retornável, aprova a medida. “Acho que é bom para o meio ambiente.”
O Pão de Açúcar faz parte da gama de empresas que aderiram ao acordo da Apas. Afirmou, por meio de assessoria de imprensa, que não falaria sobre o projeto de lei, mas que a iniciativa foi baseada no conceito de sustentabilidade. Já a rede de supermercados Dalben, em Campinas, não aderiu ao acordo, mas oferece caixa de papelão e sacolas retornáveis.
Fonte: Correio Popular