30 de março de 2012
As indústrias de transformação do plástico no Rio Grande do Sul projetam repetir, em 2012, o crescimento registrado no ano anterior. Em 2011, o faturamento cresceu 4,3% e deve chegar a 4% neste ano, de acordo com o Sinplast. Essa projeção, destaca Alfredo Schmitt, presidente da entidade, está baseada em três pontos que devem fomentar a atividade.
Esperamos para breve o lançamento de um programa setorial estadual, baseado no Fundopem e no Integrar, que contenha os mecanismos que realmente possam alavancar a transformação de plásticos no RS, dando maior competitividade às empresas. Também buscamos um modelo de competitividade com custos de matérias-primas e insumos, como a energia elétrica, menores.
Aguardamos ainda a inclusão do plástico na política de desoneração da folha de pagamentos, que troca os 20% de INSS por um percentual sobre o faturamento, enumera. Ele aponta que, no âmbito do Sinplast (a indústria plástica se organiza em três sindicatos no Estado), as empresas têm investimentos da ordem de US$ 24 milhões já contatados para 2012. Os recursos serão aplicados na expansão da capacidade produtiva em até 4% e em periféricos, que qualificam a oferta de produtos. No ano passado, essas mesmas empresas aplicaram US$ 27 milhões.
Segundo Schmitt, o volume de recursos aplicados em 2011 e contratados para 2012 mostra que apesar da piora no cenário econômico no ano passado, as mais de 700 empresas associadas ou filiadas ao Sinplast mantiveram investimentos fortes e constantes em seus parques industriais. Ainda de acordo com o balanço de 2011, apresentado por Schmitt, no ano passado desembolso do BNDES para o setor foi de R$ 100,9 milhões, abaixo dos R$ 142,3 milhões repassados em 2010, mas acima dos R$ 62,8 milhões de 2009.
Schmitt afirma, também, que no ano passado o consumo de resinas caiu em 2,6%, passando de 524 mil toneladas em 2010 para 511 mil toneladas em 2011. Com isso, o RS ficou com uma fatia de 7,9% do consumo de resinas no País. Já a geração de empregos subiu 1,2% e chegou a 29,2 mil postos de trabalho. Com os investimentos feitos, que elevaram a capacidade produtiva das empresas gaúchas, e a desaceleração da demanda – sobretudo no segundo semestre – o nível operacional das empresas caiu de 76% em 2010, para 72% em 2011.
O grau de ocupação era de 69% em 2009. Para o líder setorial, as empresas nacionais estão ficando reféns do Custo Brasil, o que leva muitas delas a trabalhar com matérias-primas importadas (34% do mercado de resinas é atendido pela importação), a usar máquinas importadas e, também, a abrir unidades no exterior (principalmente na China), para fazer a importação e conseguir enfrentar a concorrência. “É uma situação perigosa”, avalia o industrial.
Fonte: Jornal do Comércio e o Zero Hora Online.