23 de março de 2012
O jeito gaúcho de fazer paradas de manutenção industrial começa a ganhar fama nacional. Quesitos que incluem planejamento antecipado e rigor no cumprimento do que foi traçado, logística precisa, segurança e conforto das equipes envolvidas em milhares de atividades despertam a atenção de executivos e trabalhadores acostumados a atuar nas operações em outros estados.
O teste de popularidade foi medido na parada ocorrida no fim de 2011 na planta 2 da Braskem, no Polo Petroquímico de Triunfo. Integrantes da Construtora Norberto Odebrecht (CNO) vinculados ao Polo de Camaçari, também da maior companhia do setor no Brasil, participaram da missão gaúcha e se surpreenderam com as inovações que garantiram uma execução perfeita, segundo a coordenação geral da Braskem.
“Tudo funcionou como planejado. Não faltou material e a interação entre o pessoal da companhia e as equipes de manutenção terceirizadas foi total”, elogiou o coordenador pela CNO, Dylton Costa. “Sempre tinha alguém para auxiliar. É muito comum que prestadores se sintam órfãos”, contrastou Costa, que tem uma história de 25 anos de paradas para manutenção. Para o representante do grupo baiano, que é um dos acionistas da petroquímica, o segredo é muito planejamento e infraestrutura montada. Costa admite que os procedimentos locais, desde a logística ao ambiente, poderão ser levados a outras operações. As condições de largada da parada, que durou 30 dias (foi concluída em 22 de novembro) também chamaram a atenção.
Segundo o executivo baiano, é muito comum que o começo dos trabalhos seja marcado por protestos e até paralisação das categorias ligadas ao setor. “Não teve nada. Nem panfleto distribuído pelo sindicato do setor. Fizemos acordo com a categoria prevendo vantagens, como bônus pelo atingimento de metas”, esclareceu o coordenador de manutenção da parada pela Braskem, José Casarotto, que tem no currículo profissional quase três décadas de manutenções em Triunfo.
A premiação pelo desempenho foi negociada com as empresas prestadoras de serviços. “Fazemos tudo para não gerar insatisfação. A melhor forma é tratar quem vai participar com muito respeito”, ensina coordenador de manutenção da parada da indústria.
Fonte: Jornal do Comércio (RS).