23 de março de 2012
Até o final do semestre a Videolar, conhecida pela fabricação de fitas VHS e CDs, deve colocar em operação uma fábrica de polipropileno biorientado (BOPP) em Manaus. A unidade, que é resultado de um investimento total de R$ 465 milhões, terá capacidade produtiva de 80 mil toneladas por ano.
Com isso, a empresa se tornará uma das mais fortes do segmento e deverá causar grande impacto no mercado. Isso porque, a atual capacidade produtiva do Brasil já é muito maior do que a demanda pelo BOPP. Se todos os fabricantes nacionais operassem com suas capacidades máximas, seriam produzidas 200 mil toneladas por ano. O consumo anual do mercado doméstico é de 130 mil toneladas e hoje nem esse número é todo atendido pelos fabricantes locais.
Cerca de 25% do BOPP consumido é importado de países como Argentina, Peru e Equador, que têm benefícios fiscais capazes de tornar seus preços bastante competitivos. A ideia da Videolar é justamente enfrentar os concorrentes estrangeiros. “Queremos ocupar o espaço que hoje é das importações”, afirma Phillip Wojdyslawski, presidente da empresa.
Apesar do objetivo declarado, o mercado aguarda cauteloso pelas novidades. Os executivos da Videolar não acreditam que o início da operação da planta em Manaus resultará em uma queda tão acentuada no preço do material. “A demanda por BOPP tem crescido o dobro do Produto Interno Bruto”, afirma Carlos Rocha, diretor comercial da empresa. “Nossa entrada em operação vai substituir as importações atuais e atender o crescimento da demanda.”
Os concorrentes também acompanham com atenção os movimentos da Videolar. José Ricardo Roriz Coelho, presidente da Vitopel, atual líder de mercado, também não acredita em grandes mudanças no preço. “Mas a entrada de um novo competidor em um setor que já tem uma super capacidade produtiva sempre provocará impactos relevantes”, afirma. Hoje, a Vitopel tem capacidade produtiva de 120 mil toneladas por ano. Responsáveis por mais de 70% do consumo de BOPP no Brasil, as principais empresas do setor alimentício estão longe da Zona Franca de Manaus.
Fonte: Brasil Econômico.