23 de março de 2012
O primeiro trimestre de 2012 ainda deverá mostrar algumas dificuldades para a Braskem, mas a partir do segundo trimestre a companhia, maior petroquímica das Américas, vê alguma recuperação do cenário econômico, o que irá beneficiá-la.
A partir de abril os volumes do setor petroquímico devem mostrar recuperação, afetando, por consequência, o market share da Braskem, segundo o presidente Carlos Fadigas. “Temos a recuperação do spread, que começou lenta, mas que está indo na direção certa. Quando entramos em abril, ainda que tenhamos vindo de um ponto baixo em janeiro, temos um spread maior em cima de um volume maior, em cima de um market share maior”, disse o executivo, ontem, em teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre.
Ainda de acordo com Fadigas, o ano de 2012 deverá se mostrar superior a 2011 também por conta da ausência de paradas programadas –no ano passado foram três. A Braskem afirma que no ano passado foi prejudicada, assim como todo o setor, pelo aumento das importações e a chamada “guerra dos portos”, em que os Estados reduzem a cobrança de ICMS para cargas que chegam em seus respectivos portos e desta, forma, elevam a competitividade dos produtos vindos de outros países. Acredita-se, contudo, que a situação possa ser regularizada entre abril e maio deste ano.
Apesar dos desafios apresentados, o presidente da Braskem afirmou que continua “otimista com o futuro da petroquímica brasileira”, com um mercado doméstico bastante forte. O desempenho negativo em 2011 pode ter sido o motivo que fez o presidente anunciar a antecipação das operações de suas duas fábricas que estão sendo construídas no País, uma delas no município de Marechal Deodoro, ao custo de R$ 1 bilhão.
Segundo Fadigas, a unidade de PVC que está sendo construída em Alagoas deverá entrar em operação em maio, dois meses antes do que o previsto no cronograma. Em Alagoas, a direção da Braskem não negou a antecipação, mas defendeu que o funcionamento está sendo feita de acordo com o cronograma da empresa. “Já era previsto ela começar a operar em maio, mas só será inaugurada em julho”, explicou Milton Pradines, gerente de marketing e relações institucionais da companhia.
Os investimentos previstos pela Braskem para 2012 devem somar R$ 1,7 bilhão. A cifra é R$ 400 milhões menor, na comparação com os aportes feitos pela companhia no ano passado. Em 2011, os investimentos iniciais da Braskem eram na ordem de R$ 1,6 bilhão. “Adicionamos cerca de R$ 500 milhões nos aportes feitos, a fim de acelerar a construção das nossas duas plantas em construção”, afirmou Fadigas.
Segundo ele, mesmo com cenário desafiador vivido no ano passado, a Braskem optou por aumentar os aportes previstos para o ano. “Trata-se de uma prova inequívoca que nosso foco está no crescimento de longo prazo”, disse o executivo. Para este ano, boa parte dos investimentos, cerca de 40%, serão destinados para o aumento de capacidade da companhia no Brasil; 20% dos aportes irão para as paradas programadas de manutenção e o restantes em outros investimentos operacionais.
Fonte: Gazeta de Alagoas e a Exame.com.