
08 de julho de 2025
Uma recente reportagem da ChemOrbis, repercutida pela Plásticos Revista, revela um cenário de transformação no mercado global de PVC, com impactos significativos para os produtores dos EUA e seus principais destinos de exportação, incluindo o Brasil.
No primeiro semestre do ano, os produtores americanos de PVC, apesar de uma queda na ocupação da capacidade para 74% (frente a 85% no mesmo período de 2024), celebraram recordes de exportações. No entanto, a maré parece estar virando. A reportagem aponta uma retração nas vendas para vários dos dez maiores compradores do PVC americano, como a União Europeia, Índia, China, México e, de forma notável, o Brasil.
A estratégia atual dos EUA é explorar novos mercados para compensar essas perdas, com Turquia e Vietnã em destaque, embora seu potencial de absorção ainda seja incerto.
O Cenário Brasileiro
Para o Brasil, o panorama é particularmente interessante. As importações brasileiras de PVC dos EUA registraram um aumento de 35% no primeiro semestre em comparação com o ano anterior. Esse crescimento é um reflexo direto do desequilíbrio entre a oferta doméstica e a demanda, uma questão persistente desde o desastre ecológico de 2018 em Alagoas, que afetou a cadeia de soda-cloro da Braskem.
Contudo, essa tendência de alta nas importações americanas pode estar com os dias contados. A reportagem da ChemOrbis sugere que o cenário está se invertendo, principalmente devido ao brutal reajuste na sobretaxa tarifária imposto em maio aos importadores brasileiros. Essa medida já está gerando um aumento de preços em toda a cadeia, afetando desde o produto transformado até o consumidor final.
Outros Mercados Globais
A União Europeia, que representava cerca de 4% das exportações americanas de PVC em 2024, viu sua participação cair para 2% no primeiro semestre. A Índia, maior importador mundial de vinil, reduziu sua fatia de compras da resina americana de 8% para 1%, influenciada por uma investigação de dumping em andamento. Já a China registrou um aumento de 15% nas importações de PVC americano, mas o futuro é incerto devido às tensões tarifárias. Por fim, o México também viu sua participação nas exportações americanas encolher 3%, impactado por uma investigação de dumping em seu mercado local.
Este panorama global sinaliza um período de adaptação e desafios para a indústria do PVC, tanto para os exportadores quanto para os importadores.
Fonte: Reportagem publicada na Plásticos Revista, com dados da ChemOrbis.