27 de agosto de 2021
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Uma pesquisa Datafolha, encomendada pela Abief e o Instituto Sustenplást, mostra que 69,1% dos brasileiros acham que é importante manter o acesso a pratos, copos e talheres descartáveis. A maioria dos brasileiros classfica de “essencial” para a higiene, em particular nestes tempos de pandemia, de acordo com matéria publicada no Valor Econômico (23/08/2021).
No Brasil, o poder público têm se movimentado para proibir o uso de descartáveis de plástico em bares e restaurantes, mas legislações específicas acabaram esbarrando na pandemia de covid-19, que evidenciou o aspecto higiênico desses itens.
“O setor plástico brasileiro acha que há informações desencontradas sobre o plástico de uso único, então foi ouvir a opinião da população”, diz o presidente do Instituto SustenPlást, Alfredo Schmitt.
Para a maioria dos entrevistados, é importante continuar recebendo utensílios de plástico para uso em refeições, via delivery ou em praças de alimentação.
Essa resposta, conforme o empresário, reforça a tese da indústria de que o banimento não é a solução mais adequada para a questão dos descartáveis. Há também um viés socioeconômico no debate, pondera Schmitt.
SETOR EMPREGA MAIS DE 12 MIL PESSOAS COM CONSUMO MENSAL DE 25 MIL TONELADAS DE DESCARTÁVEIS NO PAÍS
O setor calcula que a substituição de copos, pratos e talheres de plástico por outros materiais, já encampada por gigantes do delivery, por exemplo, pode reduzir em 15% o faturamento dos transformadores, estimado em R$ 500 milhões por mês, e fechar postos de trabalho na mesma proporção. O segmento emprega 12 mil pessoas e estima em 25 mil toneladas o consumo mensal desses itens no país.
LEGISLAÇÃO
Em janeiro do ano passado, a Prefeitura de São Paulo chegou a sancionar uma lei que proíbe o fornecimento de copos, pratos e talheres de plástico pelos estabelecimentos comerciais a partir de 2021. Mas uma liminar do Tribunal de Justiça suspendeu a nova regra, por causa dos desafios impostos pela pandemia e como parte dos esforços para conter o avanço do novo coronavírus.
A iniciativa da capital paulista não é isolada. Na última quarta-feira, vereadores de Novo Hamburgo (RS) voltaram a rejeitar duas propostas que defendiam a redução no uso de plásticos descartáveis e sacolas plásticas no município. Mas o tema deve voltar ao debate mais adiante.
EDUCAÇÃO
“Educação sobre o uso responsável é fundamental e já há uma mudança de comportamento em relação à destinação correta do plástico”, observa Schmitt. Programas de estímulo à coleta seletiva e reciclagem também são instrumentos importantes para evitar que os descartáveis de plástico continuem se avolumando em aterros ou poluindo ou meio ambiente, acrescenta.
A própria indústria tem na rua diferentes programas dessa natureza. O “Tampinha Legal”, do Instituto SustenPlást, consiste na coleta seletiva de tampas plásticas para reciclagem, com renda revertida para entidades assistenciais, e se tornou a maior iniciativa socioambiental do setor de transformação na América Latina – o sucesso levou a desdobramenos,com o lançamento do “Copinho Legal” e do “Canudinho Legal”.
FONTE: VALOR ECONÔMICO