17 de fevereiro de 2012
A produção industrial ficou praticamente estagnada em 2011, o que, combinado ao aumento de 0,5% do volume de horas pagas, resultou em queda de 0,2% da produtividade do setor no último ano, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada na sexta-feira pelo IBGE
Essa relação havia crescido ininterruptamente desde 2002, com resultado negativo apenas em 2009, quando a crise internacional levou a um recuo de 7,4% da produção física. Para economistas consultados, a conjuntura econômica teve papel relevante nessa queda, já que o nível de emprego foi mantido enquanto a produção patinou. Mas a perda de fôlego do investimento é um fator estrutural, que deixa a situação mais preocupante no longo prazo.
No último ano, a produção industrial cresceu apenas 0,3%, mas o mercado de trabalho, bastante pressionado, levou uma parte da indústria a adiar demissões, mantendo o crescimento do pessoal ocupado assalariado em alta de 1%. “A indústria em 2011 evitou demitir pela dificuldade de recontratar trabalhadores em um cenário de escassez de mão de obra, principalmente qualificada”, afirmou Júlio Gomes de Almeida, consultor do Iedi.
Para o professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) Nelson Marconi, a produtividade em queda é evidência de um problema sério, porque além de perder margem, o setor não está conseguindo compensar a alta de custos com aumento da quantidade produzida, já que há forte concorrência com o produto importado. Marconi também acredita que um dos principais problemas para o setor, no longo prazo, é a evolução do investimento, que está decepcionando.
Fonte: Valor Econômico.