14 de dezembro de 2011
O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) alerta que o agravamento da crise internacional deve fazer com que a economia brasileira enfrente nova onda de produtos importados em 2012.
A redução da demanda nos países avançados deve fazer com que os produtos europeus sejam direcionados a países em melhores condições, a preços mais baratos. A China também deve perder mercado internacionalmente e aumentar as remessas de manufaturados para o Brasil.
“Mesmo que haja aumento de competitividade da indústria brasileira por um câmbio mais desvalorizado, os produtos da Europa e da China vão chegar com preços mais baixos”, alerta o economista-chefe Rogério Cesar de Souza. “O empresário brasileiro vai ter de se valer muito do mercado interno, mas sabe que a concorrência ficou mais forte.”
A indústria brasileira teve um ano difícil, de resultados pífios para a produção, o que influenciou o emprego industrial, que chega ao fim de 2011 com tendência de queda, segundo o IBGE. Como resultado, a contribuição da indústria para o Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre pode ser nula ou negativa. A produção industrial recuou 0,6% em outubro ante setembro, a terceira queda consecutiva. O reflexo foi sentido no mercado de trabalho. A Fiesp prevê alta de 2,7% na produção industrial em 2012 e de 1% em 2011.
Para o PIB, espera crescimento de 3,1% este ano e de 3,2% no próximo. “Essas previsões de crescimento medíocre mostram que um país que não zela pela robustez de sua indústria não tem como crescer e gerar riquezas”, diz Paulo Skaf, presidente da Fiesp.
Fonte: O Estado de S. Paulo.