17 de outubro de 2011
As empresas brasileiras de transformação de material plástico receberam nos últimos dias anúncios de reajustes de preços das matérias primas plásticas a ser aplicado logo nessas primeiras semanas de outubro, sob o argumento de que estariam ajustando seus preços as recentes mudanças no Cambio.
A Braskem, principal fornecedora de Polietilenos, Polipropileno e de PVC, anunciou aumentos na ordem de R$700/ton e a DOW (que embora esteja localizada na Argentina, também é favorecido pelas altas taxas de importação no MERCOSUL) soltou comunicado de reajuste de R$600/ton nos preços dos polietilenos comercializados pela empresa no Brasil, reajustes esses que seguem um aumento já aplicado em setembro de cerca de 5%.
Essa movimentação de preços de resinas no mercado brasileiro está totalmente fora do contexto internacional, uma vez que não há nenhum sinal no mercado de alta de preços, pois a demanda mantém-se estagnada por uma crise de dimensões ainda não estimadas, e os preços tanto do petróleo, quanto dos insumos utilizados para fabricação das resinas estão em queda.
Quantificando essas movimentações verifica-se que no final de setembro o preço do petróleo BRENT recuou 3,5% em comparação com 04 semanas anteriores e nesse mesmo período o eteno apresentou no período redução de 10% no mercado europeu, 17% no americano e 4% no asiático, e o polietileno também registrou similarredução, de 9% na Europa, 6% nos EUA e 3% na Ásia.
Em se tratando do propeno, matéria prima para o Polipropileno, e do PVC, os movimentos internacionais de preços foram similares. Somente no Brasil o movimento foi inverso, registrando uma alta média de 5% e anúncios de mais praticamente 15% para outubro.
Os polietilenos, polipropilenos e PVC são matérias primas utilizada pela industria de Transformação Plástica para fabricação de produtos como embalagens de alimentos, Bebidas, limpeza, produtos para uso na agroindústria (embalagenssementes, fertilizantes, lonas, telas, etc), produtos de construção civil, embalagens farmacêuticas e aplicações médicas, Brinquedos, autopeças, Utilidades domesticas, peças para produtos eletrônicos, entre outras infinidades de itens consumidos no dia-a-dia por toda sociedade.
Essas altas de preços de matérias primas, em desajuste com a realidade nacional einternacional são reflexos de uma política que favorece unicamente o monopólio de resinas, que já pratica no mercado brasileiro preços cerca de 35% mais altos do que os internacionais por conta da proteção contra importações dada por uma alíquota de 14% potencializada por direitos antidumping de PVC e PP que mantém cativa a demanda nacional ao monopólio da petroquímica. No longo prazo estasituação trará enormes efeitos negativos na cadeia produtiva dos Plasticos,inclusive na Industrias produtoras de Resinas.
Segundo José Ricardo Roriz Coelho, Presidente da ABIPLAST, “esta situação somente amplia as pressões inflacionárias no mercado brasileiro, diminuem a competitividade e aumenta a vulnerabilidade da indústria brasileira de transformação do plástico, um importante setor industrial que além de agregar valor à matéria prima é o 3º maior setor empregador da indústria brasileira, que trabalham em cerca de 12.500 empresas produzindo em todos estados brasileiros”.
Fonte: IN Investimentos e Notícias