22 de agosto de 2011
Estudo inédito, baseado na análise de ciclo de vida comparativo, mostrou que as sacolas plásticas utilizadas para transportar as compras não são necessariamente as opções que mais impactam o meio ambiente. Nos casos em que os consumidores têm maior volume de compras, vão mais vezes ao supermercado e descartam resíduos várias vezes por semana, o impacto é menor que as sacolas de papel ou tecido. No entanto, as sacolas retornáveis apresentam melhor ecoeficiência quando os consumidores têm menor volume de compras, menor frequência de ida aos supermercados e descartam os resíduos com menos frequência. Neste último caso, considera-se que esses consumidores compram menos sacos para condicionar o lixo e reutilizam as sacolas várias vezes.
O estudo foi apresentado ontem pela Fundação Espaço Eco, entidade que estuda tecnologias aplicadas em ecoeficiência, e teve o apoio do Instituto Akatu e patrocínio da Braskem, produtora de resinas termoplásticas, entre eles, o chamado plástico verde. “A nossa proposta foi avaliar o uso das sacolas não apenas no aspecto do descarte, mas considerando os diversos impactos no processo de produção”, disse Jorge Soto, diretor de desenvolvimento sustentável da Braskem. Foram considerados aspectos como o tipo de matéria-prima utilizado na produção das sacolas, a capacidade de carga, o custo de cada sacola, a quantidade de vezes em que é utilizada, seu aproveitamento ou não como saco de lixo e envio ou não para reciclagem. Além disso, foram avaliados diversos cenários envolvendo maior ou menor volume, frequência de compras e de descarte de lixo.
“Os legisladores que propuseram o fim das sacolas plásticas em vários municípios não tinham essa informação em mãos”, afirma Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu. “Seria bom que eles avaliassem os estudos que foram feitos com cuidado para ver as alternativas em cada circunstância.”
Fonte: Brasil econômico, Agência Estado, G1