01 de agosto de 2011
Com a aquisição de quatro unidades da Dow Chemical, sendo duas nos EUA e duas na Alemanha, companhia brasileira se torna a maior fabricante de polipropileno em território americano e se consolida entre as cinco maiores petroquímicas do mundo
A Braskem deu ontem mais um importante passo para se consolidar como uma das maiores petroquímicas do mundo. Principal fornecedora de resinas utilizadas na produção de plásticos do Brasil, a companhia controlada pela Odebrecht e pela Petrobrás anunciou a aquisição de quatro fábricas de polipropileno (PP) da Dow Chemical (duas nos Estados Unidos e duas na Alemanha).
Com isso, a empresa se tornará líder do mercado americano de polipropileno. Concluída a operação, avaliada em US$ 323 milhões e ainda sujeita à aprovação dos órgãos reguladores competentes, a fabricante brasileira também ingressará no grupo das cinco maiores petroquímicas do mundo em capacidade de produção de resinas.
Criada em 2002, a Braskem era um player regional até o início do ano passado, quando a aquisição da Quattor e das fábricas de polipropileno da Sunoco nos Estados Unidos a impulsionaram à condição de uma das dez maiores fabricantes de resinas termoplásticas do mundo e maior petroquímica das Américas. A capacidade de produção anual de resinas termoplásticas saltou de 3,595 milhões de toneladas para 6,4 milhões de toneladas após as aquisições.
O ingresso no mercado americano aproximou a Braskem de outras petroquímicas. A companhia brasileira passou a analisar alternativas de aquisição e construção de fábricas nos EUA e, após outras negociações não concluídas, o acordo com a Dow foi definido. Assim que o acerto for consumado, a capacidade de produção da Braskem irá mais do que duplicar em relação ao patamar do início de 2010, para aproximadamente 7,5 milhões de toneladas anuais, sendo quase 7 milhões de toneladas nas Américas e 545 mil toneladas na Europa.
Expansão. A capacidade da companhia deverá crescer nos próximos anos. A Braskem é uma das sócias responsáveis pela construção de um polo petroquímico no México e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), entre outros projetos. Além disso, a companhia permanece atenta a novas oportunidades de aquisição nos Estados Unidos e já está em fase de estudos a respeito da possível construção de uma central petroquímica no país.
Essas alternativas garantem à Braskem acesso a matérias-primas mais competitivas, como o shale gás disponível nos Estados Unidos ou o gás natural existente no México, e também a diferentes ambientes de negócios. “A aquisição de ativos da Dow representa nossa entrada na Europa, e acreditamos que não há melhor maneira de entrar no mercado do que pela aquisição de ativos dessa qualidade”, destacou o presidente da Braskem, Carlos Fadigas.
As quatro fábricas negociadas com a Dow estão localizadas em Freeport e Seadrift, no Texas, e nos complexos de Wesseling e Schkopau, em território alemão. Juntos, os ativos têm capacidade instalada de 1,050 milhão de toneladas e resultarão em sinergias no total de US$ 140 milhões em valor presente líquido.
A aquisição das quatro fábricas por US$ 323 milhões (o acordo não envolve dívidas da Dow) é, em uma análise preliminar, um negócio atrativo para a companhia. Em 2010, a compra das três fábricas de PP da Sunoco nos Estados Unidos foi concluída por US$ 350 milhões, montante já inferior ao investido pela Braskem para a construção de uma única fábrica de PP em Paulínia, interior de São Paulo.
Para Fadigas, o êxito na negociação foi possível graças à decisão da companhia de “escolher o melhor momento” para a aquisição. A geração de caixa das quatro fábricas adquiridas da Dow é de US$ 51 milhões, ou pouco menos de R$ 100 milhões.
Fonte: O Estado de São Paulo